— Fiquei abraçada com a minha família no segundo andar da casa, só ouvimos os tiros e os gritos. Não vou criar meu filho aqui — contou uma moradora da comunidade do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro.
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Segundo ela, por volta das 7h, Isaac Pinheiro de Oliveira, 22 anos, o kako, e Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23, o Pé, alcançaram, pulando lajes, o terceiro andar do imóvel onde mora com o filho, de 9 anos, e a mãe, de 58, e o pai, de 63. Mais de quatro horas depois, foram descobertos por policiais e acabaram mortos.
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A ação policial no Jacarezinho, na última quinta-feira (6), resultou em 27 mortos acusados de envolvimento com o tráfico de drogas e mais um policial civil, é a mais letal da história do estado.
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— Quando eles chegaram para se esconder, descemos para a casa dos meus tios, no segundo andar. Ficamos abraçados. Estamos muito abalados e vou buscar assistência psicológica para o meu filho — revelou.
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Há marcas de tiros na parede da sala da casa e até sangue em um quadro. Outra meta da moradora é deixar a comunidade.
— Não como desde de quinta-feira, não durmo em casa. Quero apagar isso da minha mente, como pede meu filho: ‘mãe, tem que ser forte. Acho que você e minha avó têm que procurar atendimento psicológico’. O meu menino virou o pilar da casa — afirmou ela, acrescentando: — Ainda bem que eu e meu pai ainda não tínhamos saído para trabalhar e ficamos com eles.
*Por Adriana Cruz.
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