Mulheres em trajes de frida, de realeza e casais de meia idade transformam em mão-única o sentido das calçadas de vias como a Alameda Rio Branco. Tudo leva à Rua XV de Novembro. Canecos de chope ainda vazios chacoalham nos tirantes dos rapazes e batem como sinos que, junto com buzinas estridentes de caminhões, anunciam a todos a atração que está por vir. Assim a festa vai se moldando até chegar à Rua XV. Até que a Centopeia do Chope dobra a esquina da Alameda e não deixa mais dúvidas: é dia de mais um desfile da Oktoberfest.

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Mas o desfile deste sábado foi diferente dos demais. Foi um superdesfile. A duração passou de uma hora e meia para duas horas e o número de participantes foi de quase 4 mil pessoas, quase 1 mil a mais do que os tradicionais desfiles da festa. Tudo para incluir pessoas que não tiveram oportunidade de desfilar nas duas vezes em que a atração foi cancelada por causa da chuva: no dia da abertura e no sábado do feriado prolongado.

A novidade agradou quem assistiu a tudo de perto. Fazia 20 anos que o empresário Mauro Burda, 56 anos, não vinha a Blumenau para aproveitar a festa. Neste sábado, trouxe a esposa Rita para relembrar como era a festa e a filha Giovanna e o namorado dela, Rodrigo, para conhecer o desfile.

– A cidade cresceu, o desfile está maior, os pavilhões também. Está tudo mais profissional. E aqui na Rua XV estamos gostando de tudo, principalmente dessa animação – contou o visitante, que chegou por volta de meio-dia para garantir um lugar junto à grade próximo à lanchonete Tunga, um dos pontos de mais agito durante o desfile.

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Todos os olhares para a Rua XV

No começo e no alto da XV tinha espaço para andar, mas para ver os detalhes dos grupos que desfilavam era preciso esticar o pescoço ou procurar um degrau amigo na fachada das lojas. Melhor para as crianças que conseguiam assistir aos grupos da canguta do pai ou da mãe. No trecho mais próximo ao Tunga, o movimento era maior e dificulta quem tentava “desfilar” atrás da cerca. Nada que estragasse a empolgação de quem estava ali para aproveitar a festa desde cedo. Até mesmo para quem não conhecia direito a dinâmica do desfile.

– É tipo 7 de setembro. Só que em outubro – brincou um rapaz de chapéu em forma de cone.

– Na XV de Novembro – emendou um amigo.

A maior parte do comércio permanecia aberta, com venda de canecos, trajes, chope, muito chope, e até camisetas de candidato. No desfile há menos divisões do que nos pavilhões da Vila Germânica, é todo mundo junto e misturado. Mas a escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo virou uma espécie de camarote, onde parte do público aproveitou a sombra para, literalmente, assistir às bandas passarem. Melhor que isso só para os privilegiados das sacadas, que chegaram até a colocar bancos sobre marquises para saborear o último desfile da festa deste ano numa verdadeira “área vip” dentro de casa, com o open bar que a geladeira e o cooler pudessem oferecer.

Centopeia do chope e carros da Planetapeia fecharam último desfile

O desfile terminou pouco depois das 18h, com duas horas de duração e mais de 100 grupos e 3,9 mil participantes. Bandas, fanfarras, grupos folclóricos, clubes de caça e tiro. Realeza, Vovô Chopão, bicicleta, tricicleta. Carro da linguiça (Wurst, wurst, wurstwaaagen), da cuca, do porquinho sorridente (schweine schweine schweine wagen). Em todas o público reagia à musica com dança, sorrisos, fotos e canecos estendidos.

Quando a tradicional Centopeia do Chope cruzou a Rua XV pedalando, pedalando, naquela que era uma das últimas atrações, o gostinho de despedida começou a dar o ar da graça para o público. Era o fim do último desfile. Até este domingo, ainda dá para prolongar o adeus com chope e as comidas alemãs da Vila Germânica. A partir de segunda-feira, vai ser preciso esperar o ano que vem.

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