Em Santa Catarina, duas cidades já aplicaram duas doses de vacina em mais de 25% da população contra a covid-19. Em Ipuaçu, cerca de 35,15% dos moradores receberam as duas injeções necessárias para prevenir contra os efeitos mais graves do coronavírus (veja a lista por cidade mais adiante). A vizinha Entre Rios vem logo atrás, com 29,38% de cobertura. As duas cidades ficam no Oeste catarinense, onde no geral os municípios têm apresentado as taxas mais avançadas da vacinação.
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Os cálculos são do Monitor da Vacina, do NSC Total, com base no balanço divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive) nesta sexta-feira, 14. Santa Catarina aplicou mais de 2 milhões de doses até o momento, das quais 1.319.788 são referentes à primeira aplicação, aintgindo 18,2% da população, e 685.309 correspondem à segunda dose. Com isso, 9,45% dos moradores de SC já foram totalmente imunizados.
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O Estado é dividido por 17 regionais de vigilância epidemiológica. Entre as cinco que apresentam maior velocidade na aplicação das doses, há quatro do Oeste: São Miguel do Oeste, Xanxerê, Chapecó, Joaçaba. A exceção é a Grande Florianópolis, que também se destaca nas taxas regionais de cobertura.
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Ipuaçu, cidade de 7,5 mil habitantes, já vacinou com duas doses 2.641 pessoas, integrantes dos grupos prioritários definidos pelo Plano Estadual de Vacinação. O volume de imunizados representa 35,15% do total de habitantes, o mais expressivo do Estado, prestes a completar 4 meses de campanha.
Prefeita de Ipuaçu, Clori Peroza atribui a performance ao fato de 30% da população ser indígena, um dos primeiros grupos prioritários atendidos pela campanha. Praticamente todos os adultos, exceto gestantes, já foram imunizados.
– Oito equipes foram de casa em casa nas aldeias para fazer essa imunização. E nas áreas não indígenas, no início com os mais idosos, as equipes percorreram nas casas também. Acredito que esse é o caminho para que nos livrarmos da pandemia – afirma a prefeita.
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Região Norte apresenta ritmo mais lento em Santa Catarina
Na região Norte do Estado, está a maior parte das cidades com a vacinação em ritmo mais lento. Timbó Grande com 7,9 mil moradores, número parecido de habitantes em comparação com Ipuaçu, aplicou duas doses em 259 pessoas, ou seja, 3,29% da população.
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Segundo a secretária da Saúde de Timbó Grande, Neiva Guedes, uma das razões pelo índice menor de imunizados na cidade é porque vários grupos que receberam a dose 1 da vacina ainda aguardam o momento recomendado pela dose 2, além da extensão territorial do município, que dificulta o acesso a comunidades do interior.
– Timbó Grande também é grande em espaço territorial, o que dificulta um pouco para que a gente chegue até a comunidade do interior, dificuldade que está sendo vencida pelo nosso vacinador, batendo de porta em porta, para que a vacina chegue aqueles grupos prioritários – explica a secretária da Saúde de Timbó Grande, Neiva Guedes.

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Em Araquari, também no Planalto Norte, o percentual da população completamente imunizada é de 4,44%. Entre os profissionais da saúde, que começaram a ser vacinados em janeiro, 35% ainda não tomaram a segunda dose.
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De acordo com a secretária da Saúde de Araquari, Tânia Eberhardt, a cidade nunca precisou interromper a vacinação da dose 2 por falta de vacina. Com o tempo, as doses enviadas pelo Ministério da Saúde foram aumentando e ela calcula que 85% dos exemplares recebidos já foram aplicados. Tânia garante que o índice menor de cobertura das duas doses que aparece no balanço estadual tem a ver com a lentidão na alimentação das informações:
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– Eu tenho 48 horas para incluir e registrar as doses que eu apliquei. Então, se você olhar hoje no Ministério da Saúde, não vai ver as doses que eu apliquei ontem e hoje, e também dá uma diferença.
Entre as maiores, Florianópolis se destaca pelo avanço da vacinação
Entre as maiores cidades do Estado, Florianópolis se destaca pelo ritmo da vacinação. Na Capital, 13,14% da população já recebeu as duas doses da vacina. As demais ficam entre 8% e 10% de cobertura até o momento.
Além da Coronavac e da Oxford/Astrazeneca, Florianópolis foi a primeira a receber um terceiro imunizante, o da Pfizer, no começo do mês. A prefeitura reconhece que as 10.500 doses da Pfizer foram um reforço importante, mas atribui o bom ritmo da vacinação a outras iniciativas, como o sistema drive thru e a implantação de cinco centros de vacinação fora de unidades de saúde.
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– Não é só em relação a aplicar a primeira dose, mas também em fazer a busca ativa para segunda dose, para tentar se manter dentro do prazo de intervalo entre as vacinas. Eu acho que o sistema drive thru ajuda bastante, porque consegue vacinar quantitativo grande em curto espaço de tempo. Florianópolis tem uma media de 1 mil a 1,2 mil pesoas por dia sendo vacinas e também trabalha com centros de vacinação. Isso nos dá essa agilidade maior – acredita Sandra Regina da Costa, enfermeira coordenadora do Plano de Vacinação de Florianópolis.
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O município também não optou por fazer agendamento, pois, segundo ela, às vezes as pessoas agendam, mas não conseguem comparecer. Já a livre demanda, segundo Sandra, facilita para o usuário e diminui a ociosidade do agente de saúde em casos de não comparecimento dos agendados.
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Depois de Florianópolis, se destacam entre as maiores cidades do Estado os municípios de Lages (com cobertura de 10,28% da população imunizada), Chapecó (9,78%), Blumenau (9,54%), Criciúma (8,99%) e Joinville (8,52%).
O médico José Cássio de Moraes, que participa do planejamento das principais campanhas de vacinação no país desde os anos 1970, reforça a importância de, ao olhar para os números da vacinação, considerar sempre a segunda dose, porque é ela que vai garantir a proteção de cada individuo vacinado.
Moares explica que vários fatores podem influenciar na velocidade da vacinação nos municípios, como escolha horários variados (se apenas comercial ou também aos fins de semana), número de salas de vacinação e estratégias extras (como drive thru e vista às casas).
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– Deve haver uma boa comunicacao, a população precisa saber qual o seu momento de se vacinar – acrescenta.
Colaboraram: André Lux e Katiuscia Reis, da NSC TV
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