A família de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, liderava um grupo que forçava o uso de drogas em rituais, diz a investigação da Polícia Civil. Djidja foi encontrada morta aos 32 anos, na última terça-feira (28), em casa, em Manaus. Ainda não se sabe a causa da morte. Com informações do g1

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De acordo com a polícia, o grupo, que foi classificado como uma seita, era chamado de “Pai, Mãe, Vida” e era liderado por Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha, respectivamente.

Quem é Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso e líder de seita em Manaus

O ritual forçava o uso de ketamina, um anestésico de uso humano e veterinário que se tornou uma droga ilícita na década de 1980, na capital do Amazonas.

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Além dos familiares, funcionários de um salão de beleza, que pertence a família, também estão entre os investigados. Eles eram responsáveis pela compra, distribuição e aplicação da substância entre os membros da organização e as vítimas, junto com a mãe e irmão da ex-sinhazinha. 

Todos foram presos sob efeito de drogas enquanto tentavam fugir da polícia na tarde de quinta-feira (30). Eles foram localizados na casa onde a Djidja foi encontrada morta, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

Além disso, na residência, a polícia apreendeu materiais como seringas, anestésicos, medicamentos de uso controlado e frascos de ketamina, além de computadores e uma mala que devem ser periciados.

O grupo também fazia aplicação forçada da substância em integrantes e obrigavam os funcionários de uma das unidades do salão de beleza a participar da doutrina.

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As investigações indicam, ainda, que algumas vítimas do grupo foram submetidas a violência sexual e aborto. 

—No momento, a causa da morte ainda não foi determinada e só poderá ser confirmada após a realização do exame necroscópico. As investigações em torno do caso estão em andamento, e, por isso, mais informações não podem ser divulgadas — informou a Polícia Civil, em nota.

Veja as fotos de Djidja Cardoso

Como funciona a substância usada pelo grupo 

A ketamina é considerada um anestésico dissociativo, que causa efeitos alucinógenos, sensação de bem-estar e tem potencial sedativo quando usado como droga recreativa.

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Em doses menores, quem consome a substância pode se sentir eufórico e ter episódios de sinestesia, ou seja, “ver” sons e “ouvir” cores.

A ketamina, usada pela seita, era adquirida sem os devidos controles em uma clínica veterinária na Zona Oeste de Manaus, local em que supostamente se realizava a guarda e distribuição do anestésico sem a observância das exigências legais e retenção de receituário.

Uma familiar chegou a fazer uma publicação em uma rede social onde dizia que a casa onde a família morava teria se tornado uma “cracolândia”, além de que já teriam tentado internar Djidja, mas eram impedidos pela mãe dela.

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