Droga caseira “pingo de solda” mata usuário de 32 anos em SC

Um homem de 32 anos morreu na madrugada do último sábado (12) após ter ingerido uma droga caseira que tem solvente de metalúrgica como base e é popularmente conhecida como “pingo de solda”. A vítima foi socorrida inconsciente em Tijucas, na Grande Florianópolis, e levada a uma unidade de saúde em São José, mas não resistiu, de acordo com a Polícia Militar (PM). O caso foi noticiado pelo g1 SC.

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A PM afirmou, a partir de uma apuração preliminar, que o usuário teria ingerido acidentalmente a droga, tratada como um genérico do lança-perfume (entenda melhor abaixo).

Um amigo do usuário afirmou para a PM que os dois estavam em uma conveniência na cidade consumindo bebida alcoólica quando a vítima usou o produto, passou mal e foi levado ao Hospital São José. A equipe médica da unidade de saúde acionou então os policiais militares para averiguar o caso.

A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo pericial da Polícia Científica para confirmar o que causou a morte. O documento deve ser concluído em 30 dias, informou o órgão.

O que é a droga “pingo de solda”

Professor de farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tadeu Lemos explica que a droga ingerida pelo homem é uma adaptação do loló, outro lança-perfume caseiro.

O “pingo de solda” tem como base um solvente usado na área de metalúrgica e construção. Ainda de acordo com o professor, já há registros do uso do produto como droga há pelo menos cinco anos.

— Ao longo do tempo, os usuários vão misturando qualquer tipo de solvente. Os usuários buscam a euforia inicial, estimulação, alegria, que é aquilo que o álcool dá. Depois, vem o efeito depressor, mais intenso, que pode ser alucinatório, com cores e formas — explicou o professor ao g1 SC.

Entre os efeitos menos nocivos do uso da substância, conforme Lemos, a primeira fase está caracterizada pela náusea, tosse, espirro, aumento da produção de saliva e temperatura. Em um segundo momento, os usuários também podem enfrentar confusão mental e visão embasada.

— Na terceira fase, a pessoa perde a coordenação dos olhos, tem os reflexos comprometidos — diz.

Já na quarta, com uma exposição maior da substância, o usuário pode ficar inconsciente, com baixa pressão, além de registrar convulsões e morrer, quando há uma forte intoxicação pelo produto.

No caso do homem de Tijucas, onde a Polícia Militar informou que ele ingeriu a substância, o professor explica que os efeitos da droga são ainda mais potencializados.

— A tendência é que, se você ingerir, você colocar mais droga no teu organismo — afirma.

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