A prefeitura de Florianópolis iniciou, nesta terça-feira (27), um processo de limpeza da rede artificial de drenagem que escoa a água das ruas no entorno do rio do Brás, uma das medidas recém-anunciadas pelo prefeito Topázio Neto (PSD) para tentar minimizar a poluição do curso d’água que desemboca na praia das Canasvieiras. O badalado balneário chegou ao verão considerado impróprio para banho.
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Para esta quarta (28), está prevista ainda uma vistoria das ligações de esgoto de 16 ruas de Canasvieiras e dos sistemas da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) na região.
Na última sexta (23), a prefeitura já tinha tentado outra medida para lidar com o problema: bloquear o leito do rio com sacos de areia, para diminuir a vazão da água marrom e fedida sobre o mar. Moradores de Canasvieiras e de Cachoeira do Bom Jesus, no entanto, retiraram o material, por entenderem que o represamento só realoca o transtorno, fazendo rio poluído transbordar para ruas e casas no entorno.
Ainda em dezembro, a gestão municipal havia tentado um bloqueio com areia na foz do rio na praia. As fortes chuvas recentes, no entanto, destruíram a barreira e voltaram a levar a água poluída ao mar. Já nesta última segunda (26), o prefeito Topázio anunciou novas medidas para o caso, incluindo também .
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Definimos há pouco, com Defesa Civil + Floram, ações imediatas para Rio do Brás: 1. Manutenção da Praia de Canasvieiras / 2. Licitar manutenção e limpeza dos canais artificiais de drenagem do Papaquara / continua…
— Topazio Neto (@TopazioNeto) December 26, 2022
O que a prefeitura diz ser a causa do problema?
A prefeitura atribui a poluição do rio às estações de bombeamento de esgoto da Casan, responsáveis por conduzirem os efluentes da região ao local adequado para tratamento. Diz ainda que fará agora uma perícia do funcionamento delas, entre as medidas de resposta à sujeira que chega ao mar.
No início do mês, a gestão Topázio chegou a aplicar uma multa de R$ 1,5 milhão à empresa por entender que a Estação Elevatória de Esgoto (EEE) localizada ao final da rua Madre Maria Milac, junto ao leito do rio da Brás, estaria inoperante, causando o lançamento de esgoto bruto na água.
O que a Casan diz ser a causa do problema?
A Casan, no entanto, recorreu da multa e comunicou na ocasião que as duas bombas instaladas no local funcionam perfeitamente, com gerador próprio para o caso de falta energia. Há ainda outras duas bombas reservas em Canasvieiras, bairro que tem 96% de cobertura de esgoto.
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Em novo contato com o Hora, a empresa ainda passou a responsabilizar a prefeitura pelo estado do rio do Brás. A estatal aponta que a causa do problema seriam as ligações irregulares na rede de drenagem da região, que, em vez da água comum das chuvas, têm levado esgoto clandestino para o leito do rio. Isso ainda seria evidenciado pela chuvarada recente, que sempre agrava a poluição do rio.
Impedir essas ligações clandestinas, o que dependeria de efetiva fiscalização da gestão municipal, seria a solução definitiva para o problema, segundo avalia a Casan.
A empresa afirma ainda que, para minimizar a poluição do rio, tem hoje uma Unidade de Recuperação Ambiental (URA) no local, que opera normalmente e dentro da capacidade licenciada por órgãos ambientais. Além disso, diz já monitorar o sistema de tratamento da região 24 horas por dia para identificar e corrigir eventuais vazamentos de esgoto no rio do Brás.
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