Com a baixa do rio é possível ter a dimensão do prejuízo que a enchente causou. Nas ruas, acumulam-se montanhas fétidas embebidas em lodo. O que antes eram móveis, material de trabalho, máquinas, insumos e produtos para venda, agora não passa de lixo. Ainda não é possível calcular o prejuízo. Em Rio do Sul, praticamente todo o comércio foi atingido. Concentrados na área central e descrentes que a cheia chegaria com tamanha força, lojas, supermercados e indústrias ficaram totalmente submersas e pouco salvaram.

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Para encontrar capital de giro às empresas, evitar o fechamento e demissões em massa, as entidades de classe tentam pleitear postergação do repasse de impostos e linhas de financiamento. Wilfredo Eugênio Currlin, presidente da Associação Comercial e Industrial de Rio do Sul, conhece de perto o drama enfrentado pelas empresas do Vale. A Metalúrgica Riosulense, da qual é diretor, foi afetada pela cheia e ainda não há sinal de funcionamento das máquinas.

Em Blumenau, para onde veio no início de julho para ajudar os sogros, proprietários da Casa Brueckheimer, vivenciou o que a enchente é capaz de fazer. Sem informações sobre o avanço da cheia, ajudou a esvaziar a loja e concluiu o trabalho com água na altura do peito. Junto com dois funcionários da loja, ficou três dias ilhado no segundo piso, sem notícias da família que mora em Rio do Sul.

Após conseguir carona em um helicóptero, foi ao Alto Vale. A filha e a esposa estavam bem, mas viu o que não imaginava que poderia acontecer: a casa de dois pavimentos estava com um metro de água no segundo andar e nada foi salvo. Agora, passado o pico da cheia, reforça o coro de quem precisa de ajuda para fazer a economia do Vale tirar a lama das engrenagens e voltar a girar. Mas a ajuda demora a chegar.

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