Em Espiral de Ilusão, disco de samba, Criolo mostrou versatilidade ao aventurar-se em um território distante do que o levou ao sucesso — o rap. Beber em outras fontes, porém, não é novidade no universo do hip hop. Outros grandes nomes da história do gênero, como o norte-americano Jay Z e o brasileiro Mano Brown, já mostraram talento para atuar em outras áreas, até mesmo fora da música. Confira:

Continua depois da publicidade

JAY Z

Os clássicos Reasonable Doubt (1996) e The Blueprint (2001) e os milhões de álbuns vendidos no mundo inteiro já seriam suficiente para Jay Z ser considerado um homem de sucesso, mas o rapper buscou faturar também fora dos palcos e estúdios. Como empresário, a lista de investimentos do artista é extensa: é proprietário da gravadora Roc-A-Fella; da Roc Nation, empresa de agenciamento da carreira de músicos e atletas; e da marca de roupas Rocwear. Sua mais recente empreitada é o serviço de música por streaming Tidal, concorrente do Spotify e do Apple Music. O astro também tem participações na franquia de bares esportivos 40/40 Club. Até 2013, foi um dos donos do Brooklyn Nets, equipe de basquete da NBA.

Leia também:

Criolo lança “Espiral de Ilusão”, disco com sambas inéditos; turnê de novo álbum começa por Porto Alegre

Continua depois da publicidade

“Damn”, quarto disco de Kendrick Lamar, consolida a ascensão do rapper californiano

EMICIDA

Um dos principais representantes do rap nacional na atualidade, Emicida também tem seu lado empresário. É um dos proprietários do coletivo Laboratório Fantasma, selo fonográfico e loja virtual. Em seu site vende discos, livros, roupas e acessórios relacionados ao hip hop. Em 2017, o Lab chegou às passarelas da São Paulo Fashion Week, mais badalado evento de moda do Brasil, em um desfile marcado pela representatividade, destacando modelos negros e plus size.

DRAKE

“Tem caras no rap que eu preciso agir como se gostasse, mas meus dias de atuação acabaram, então danem-se”, canta Drake na faixa Energy. O rapper não está falando apenas que chegou a um patamar onde não precisa mais fingir nada para ninguém (embora também esteja dizendo exatamente isso, é verdade). Antes de se tornar o fenômeno musical que é hoje, o canadense fez carreira como ator e integrou elenco da série de televisão Degrassi: The Next Generation.

MANO BROWN

Como avisou em Capítulo 4, Versículo 3, ele tem uma missão e não vai parar, seu estilo é pesado e faz tremer o chão, sua palavra vale um tiro e ele tem muita munição. Mas ele também fala de amor e põe as pessoas para dançar. Líder do lendário grupo Racionais MC’s, surgido nos anos 1980, Mano Brown ganhou fama com letras que em sua maioria combatiam o racismo, a violência policial e evidenciavam a realidade das periferias brasileiras. No final de 2016, lançou-se em projeto solo e anunciou o álbum Boogie Naipe, que flerta com o soul e o funk dos anos 1970. Se o primeiro clipe dos Racionais, Diário de Um Detento, foi gravado nos corredores do Carandiru, o primeiro de Brown, Amor Distante, rolou nas ruas de Nova York, cheio de romantismo.

KAROL CONKA

O sucesso de Batuk Freak (2013), repleto de letras emponderadas, elevou Karol Conka ao patamar das principais estrelas da música nacional. Em 2016, a rapper curitibana chegou a participar da cerimônia de abertura das Olimpíadas, ao lado da pequena MC Sofia. Em 2017, Karol assinou coleção da grife Soleah e foi criticada por parte dos fãs pelo preço dos produtos — a peça mais cara, uma mochila, saía por R$ 745. Mais tarde, explicou que a marca não era dela, então não tinha controle sobre o valor. Em março deste ano, mostrou sua veia de entrevistadora ao substituir Ivete Sangalo no comando do programa Superbonita, do GNT.

Continua depois da publicidade

Karol Conka na apresentação do
Karol Conka na apresentação do “Superbonita”, do GNT (Foto: Juliana Chalita / GNT,divulgação)

DR. DRE

Membro-fundador do N.W.A, grupo pioneiro no gangsta rap, Dr. Dre consolidou-se, no final dos anos 1990, como um dos principais produtores de rap dos EUA e montou a gravadora Aftermath Entertainment. O rapper também foi cofundador da Beats Electronics, empresa que produz equipamentos de áudio — popularmente, a marca ficou conhecida como Beats by Dre — vendida para a Apple por aproximadamente US$ 3 bilhões. Com a venda, Dre tornou-se o primeiro artista do hip hop bilionário. Dre também tem alguns trabalhos como ator, integrando, por exemplo, o elenco do filme Dia de Treinamento (2001).