No papel tudo era muito bonito. Graças à experiência no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, Hermann Blumenau tinha formulado a ideia de uma colônia-modelo no Brasil.
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Até o lugar para colocá-la em prática já havia sido escolhido, um belo e fértil vale às margens do Rio Itajaí-Açu, com rica fauna e flora e abundante em água. Mas faltava um pequeno detalhe que se tornou um problema para o alemão: dinheiro. Ou melhor, a falta dele.
Sem conseguir terras com o governo imperial – embora tenha havido um interesse do próprio imperador Dom Pedro II –, Dr. Blumenau só poderia construir a sonhada colônia caso pagasse por isso. E a partir de 1849, então com 29 anos, ele vai à procura dos recursos necessários.
Para isso, encara uma viagem de dois meses de volta à Alemanha e chega em Hamburgo, seu ponto de partida três anos antes. Conforme o livro “Colônia Blumenau no Sul do Brasil”, Hermann primeiro foi visitar os pais em Blankenburg e, tempo depois, com o pires na não, saiu em busca de dinheiro.
Mas aí veio a segunda ducha de água fria. Sem conseguir investidores, mesmo tendo uma boa rede de relacionamentos na Alemanha, Dr. Blumenau ficou refém da falta de dinheiro para conseguir tirar a colônia do papel. Mas não é nenhum exagero dizer que ele era um alemão teimoso. Mesmo com tantas negativas, ele não desistiu da ideia que pretendia melhorar a vida das pessoas que embarcavam para o Novo Mundo.
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Herança recebida foi impulso para colônia
De acordo com a historiadora Sueli Petry (confira no vídeo abaixo), diretora do Patrimônio Histórico de Blumenau, uma herança recebida por Hermann foi o estímulo para a compra de terras no Brasil. A tristeza familiar, com a morte do pai, se tornou o empurrão justamente em meio a um momento em que cada vez mais os europeus queriam emigrar.
– Para colocar em prática a colônia, Dr. Blumenau, diante das dificuldades financeiras à época, se utiliza dos próprios recursos que adquiriu através da herança que recebeu dos seus pais. Ele abriu mão de fazer uso desse dinheiro para si próprio, para investir naquele seu ideal – conta Sueli Petry.