Sozinho na área do Avaí, Douglas cabeceou a bola com força, tanta força que fez a rede estufar. Assim, aos 11 minutos do segundo tempo o capitão do Figueirense realizou um sonho: marcar um gol em clássico. O retorno ao Brasil, após passar 9 anos jogando longe de casa, não poderia ter um começo melhor. Em seis partidas pelo Furacão o zagueiro já marcou três gols e é o artilheiro da equipe na temporada.

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Nascido e criado no Ribeirão da Ilha, bairro do Sul de Florianópolis, Douglas fez de tudo para retornar ao solo catarinense. Emprestado pelo Red Bull Salzburg, da Áustria, ao Furacão até o fim da Série B, em novembro, o manezinho foi o responsável por passar para os outros atletas do elenco a importância do clássico.

Se na noite de sábado Douglas realizou um sonho ao marcar o gol da vitória no clássico 401, aos poucos ele vai construindo sua história com a camisa alvinegra. Douglas foi criado na base do Avaí e por isso alguns torcedores ainda tinham o pé atrás com o capitão. Mas, a comemoração do gol com a torcida deixa evidente que o passado azurra está enterrado. ???

Confira a entrevista com o zagueiro do Figueirense

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Diário Catarinense – Como foi marcar o gol da vitória?

Douglas – O momento mais especial foi ver a bola entrando no gol. Você não pode imaginar a adrenalina, e eu já vinha pensando em comemorar com o torcedor. Porque essa vitória foi para o nosso torcedor. Era inadmissível o nosso time não vencer um clássico em casa em seis anos. No sábado provamos que o nosso time vai incomodar e que podemos levar o Figueira de volta para a Série A. Não tenho palavras para explicar direito o que aconteceu no jogo, tudo foi muito especial para mim. Tinha muita coisa em jogo e só o torcedor sabe entende isso.

DC – Se tinha algum torcedor com o pé atrás com você por causa do seu passado azurra isso ficou para trás, não?

Douglas – Se tinha alguma suspeita ela acabou sábado. Eu fiquei muito feliz por marcar o esse gol. Mas muito, muito feliz. Fui comemorar com o torcedor e acho que tudo que fiz até agora prova isso. Acho, que agora o torcedor entendeu quem eu sou.

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DC – No jogo de sábado tinham muitos familiares seus no estádio. Como foi a comemoração com eles?

Douglas – Eu, minha esposa e filhos ficamos muito carentes nesses anos que moramos fora do país. Então, depois do jogo, depois de tudo o que aconteceu o encontro com a minha família foi muito especial. Fizemos camarão e filé de peixe. E o apoio da sua família é algo que não dá para explicar.

DC – Como foi seu dia no Ribeirão da Ilha?

Douglas – Nem fui no bar do meu pai (do lado da casa de Douglas). Lá os caras são 80% avaianos. Não dá para ficar comemorando. Vencemos um clássico, mas não tem nada definido. Temos que ter os pés no chão. Não ganhamos nada ainda.

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DC – A torcida do Figueirense está carente de ídolos, nesse início de campeonato você aparece como um candidato. Como você vê isso?

Douglas – Primeiramente seria uma honra. Claro que eu quero ser líder. E voltando um pouco no tempo, quando o Adilson conversou com o meu empresário e o presidente (Wilfredo Brillinger) e o Leandro (Niehues) conversaram comigo e me fez perceber que teria uma grande chance aqui. Eu abri mão de muita coisa, e te digo que abri mão sem medo de errar. Até por receber o apoio da minha família. O que estava em jogo para mim era a minha carreira, porque eu tinha passado um ano e meio parado por causa de uma grave lesão no joelho direito. Agora, depois desse início de ano eu posso dizer que nunca vou me arrepender de ter vindo para o Figueirense, pois é um time muito importante, com grande estrutura e que não merece estar na Série B.