Pelo menos cinco cidades de Santa Catarina estão sem a vacina Coronavac no estoque para imunizar moradores contra a Covid-19, e a situação não deve se resolver nos próximos dias. Levantamento feito pela NSC TV aponta que esta é a situação em São José, Tijucas, Gaspar, Rio do Sul e Jaraguá do Sul.
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A reportagem fez contato com 20 entre as maiores cidades catarinenses, mas como nem todas responderam, a situação pode se repetir em outros locais. A próxima remessa de vacinas, segundo o Instituto Butantan, será entregue ao governo federal no dia 3 de maio. Enquanto isso, novas doses do imunizante não serão enviadas aos estados.
Dona Zeni Steffen vai completar 70 anos na quinta-feira (29). Ela é moradora de São José, na Grande Florianópolis, e no último sábado (24) saiu de casa, no bairro Barreiros, e foi até a Arena Petry para ganhar o presente de aniversário mais esperado: a segunda dose da Coronavac. Mas não foi o que aconteceu.
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– Estávamos na fila dos carros e colocaram a barreira exatamente na frente do nosso carro. As doses tinham acabado – lamentou a filha, Gisele Dela Justina.
José João Tavares, de 67 anos, também voltou para casa decepcionado no sábado.
– A gente estava com uma expectativa muito grande. Ficamos 40 minutos na fila aí avisaram que não tinha mais – desabafou o filho, Lucas Tavares.
A última remessa de vacinas, com 129 mil doses, chegou a SC na última sexta-feira (23). A Diretoria da Vigilância Epidemiológica do Estado (DIVE) informou que era para todos os municípios terem doses garantidas, considerando as quantidades enviadas e a orientação mais recente de aumentar o intervalo entre as doses de 21 para 28 dias.
Um mês atrás, para acelerar a vacinação no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, orientou os estados a liberar parte dos lotes que estavam reservados para segunda dose. Nesta segunda-feira (26), em audiência pública no Senado, ele admitiu que há dificuldade para entregar novas doses aos estados.
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Intervalo entre doses
A bula da Coronavac cita que o prazo entre as doses deve ser de 21 a 28 dias. Com previsão de chegada de novas doses só na próxima semana, muitas pessoas temem ultrapassar esse prazo. É o caso do pais do Lucas.
– Eu procurei as ouvidorias, o MP e estou estudando a possibilidade de entrar com um mandado de segurança para garantir a vacinação do meu pai – conta.
No caso da mãe da Gisele, o intervalo de 28 dias venceu na sexta-feira passada. O médico José Cássio de Moraes, que já participou do planejamento de várias campanhas de vacinação no país, explica que não há estudos sobre aplicação da Coronavac acima de 28 dias, mas tranquiliza a população:
– Apesar de não haver estudos, quando comparamos com outras vacinas que também usam o vírus inativo, concluímos que a dilatação desse intervalo em alguns dias não traz prejuízos.
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Ele reforça que quem está parcialmente imunizado está menos protegido e ainda fica sujeito a um quadro mais grave da doença se for infectado, por isso é importante seguir com os cuidados.
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