Nunca as brumas de Teresópolis estiveram tão conectadas com o ambiente da Seleção desde o começo da preparação para a Copa, no dia 26 de maio. A forma como a Seleção se classificou contra o Chile, com boa dose de sorte, lançou nuvens sobre tudo: a confiança, o alardeado favoritismo, o time titular, os nervos dos jogadores para suportar tanta pressão externa. Nesta segunda, um ingrediente a mais se inseriu neste cenário: o risco de perder Neymar.

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Felipão admite abalo emocional e chama psicóloga

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O grande trunfo da Seleção, talvez o único, apresenta um inchaço na coxa esquerda e sente dores no joelho direito. Deve jogar contra a Colômbia, sexta-feira, em Fortaleza, até de muletas. Disso ninguém duvida. Mas o fato é que a comissão técnica terá de preservá-lo dos treinos desta semana. Ou então reduzir a carga de trabalho. O médico José Luiz Runco não diagnosticou nada grave, mas os cuidados serão redobrados.

A questão é tê-lo em 100% de condições, e não descontado. As brumas pós-Chile não se restringem a Neymar. Oscar se reapresentou nesta segunda – o domingo foi de folga geral, como prêmio pela vaga nas quartas – com marcas de chuteira na coxa esquerda. A área atingida inflamou, e também o ex-jogador do Inter entrou no rol dos que exigem cuidados. Como Luiz Gustavo está suspenso com dois cartões, o próprio time para tentar a vaga na semifinal passou a ser um mistério.

– Fui convocado como primeiro volante e joguei a temporada toda na Europa nesta função. Não haveria problema algum em exercer a função do Luiz – afirmou Fernandinho, mais cotado para ser o guardião da zaga.

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Paulinho, titular até o primeiro tempo contra Camarões, é o mais cotado para alinhar ao seu lado. Com o time sem convencer, se abrem alternativas antes sequer cogitadas. Uma delas é Henrique no lugar de Luiz Gustavo. Não mudaria o esquema, mas haveria um claro reforço defensivo para marcar o temido meio-campo colombiano liderado por James Rodriguez e Cuadrado.

Zagueiro de origem, Henrique foi a surpresa da lista dos 23 convocados. Está no grupo da Copa justamente por dar esta alternativa a Felipão, atuando como Edmílson em 2002. Foi nesta função que ele ajudou a eliminar o Grêmio na Copa do Brasil de 2012, quando Felipão treinava o Palmeiras. Outra chance é Dante, passando David Luiz para a primeira função.

– Não sei quem jogará, mas o fato é que temos de segurar este meio-campo da Colômbia. O time deles chega com muita gente na área – advertiu Fernandinho, para quem as questões psicológicas devem ser deixadas de lado neste momento. – Não é hora de trabalhar a parte emocional, mas de jogar e mostrar o que viemos fazer aqui.

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Há ainda a possibilidade de Maicon tomar a lateral direita de Daniel Alves. E até de Fred dar lugar a Hulk ou Neymar, com o ingresso de um jogador de movimentação, em razão da inoperância do camisa 9. Não é do perfil de Felipão, que adora um centroavante. Mas o sofrimento para eliminar o Chile encheu de brumas o futuro da Seleção na Copa.

*ZHESPORTES