A ideia de um novo restaurante no terreno do casarão histórico da Rua 7 de Setembro, no Centro de Blumenau, morreu na praia. Ao menos por enquanto. As tratativas para ocupar a Casa Hofmann, em frente ao Burger King, não avançaram e o imóvel segue desocupado. Por conta da deterioração, a empresa proprietária levou um “puxão de orelha” da prefeitura e terá de fazer reformas pontuais na residência, que é patrimônio tombado.

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Como contou com exclusividade o colunista Pedro Machado ainda em 2021, a dona da enorme casa amarela, a empresa Gold Sea, pediu autorização ao Conselho Municipal do Patrimônio Cultural Edificado para a construção de uma nova operação gastronômica. Pelo projeto submetido à análise, a edificação seria erguida em parte do terreno onde fica a Casa Hofmann e daria lugar a uma unidade do Madero.

A negociação com o restaurante ainda estava ocorrendo àquela altura e não vingou. Outra rede teria demonstrado interesse também, além de uma cervejaria alemã, mas nada avançou por conta de “pormenores” no contrato, disseram fontes ouvidas pela reportagem do NSC Total.

Sem perspectiva de ocupação, a casa tem sofrido com a ação do tempo. Por isso, no começo do ano a prefeitura orientou a Gold Sea a fazer os reparos necessários para manter a casa em bom estado. Alugado ou não, o imóvel precisa ficar “inteiro” por ser patrimônio histórico. Entre as obras emergenciais está a troca das telhas, que deve ser feita ainda neste ano.

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Veja como está a casa

A Casa Hofmann

Historiadora e secretária de Cultura de Blumenau, Sueli Petry conta que o casarão foi construído na década de 1920. Primeiro, pertenceu a uma família de imigrantes alemães de sobrenome Hofmann. Depois, foi comprada pelo marido de uma das filhas do casal, o general Mário Ribeiro dos Santos. Comandante do 23º Batalhão de Infantaria, o militar chegou a receber em 1956 o título de cidadão blumenauense.

— Ele tinha orgulho de ser militar e queria mostrar a todos, por isso há uma estrela desenhada no portão — comenta Sueli.

Conforme mostram documentos do imóvel, os filhos de Mário Ribeiro e Anny Hofmann ficaram com a casa após a morte dos pais, que passou para a geração seguinte, dos netos. Anos mais tarde, já em 2022, os herdeiros formalizaram a venda à Gold Sea por R$ 2,5 milhões.

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— É uma casa é muito linda, uma pena estar neste estado — lamenta Sueli.

A Gold Sea, de Curitiba (PR), tem no portfólio a restauração da Casa Haut, construção de Pomerode com mais de 100 anos. O NSC Total tentou contato com a empresa por telefone e mensagem, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

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