Henrique Silva Chagas, que morreu aos 27 anos após fazer peeling de fenol em uma clínica de São Paulo, relatou a parentes que estava com medo de realizar a intervenção no rosto. A morte é investigada pela Polícia Civil como homicídio e a esteticista e influencer Natalia Becker, responsável pelo procedimento, é procurada. As informações são do g1.

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A madrinha dele, Ana Cláudia Azevedo, disse que o objetivo do rapaz era tirar os “furinhos” de espinhas que tratou ao longo da vida e, por isso, iria enfrentar o medo do procedimento.

O que é peeling de fenol e os riscos desse procedimento estético

— Ele queria muito ter o rosto lisinho — afirmou.

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Henrique morava em Pirassununga, São Paulo, mas viajou para a capital paulista para fazer o peeling no Studio Natalia Becker, no Campo Belo, na Zona Sul da capital paulista.

— No dia (do procedimento) ele teve um pouco de medo antes de fazer. Falou para o namorado que estava com medo. A mãe teve um sonho com agulhas e pediu para ele não ir, mas ele acabou indo e aconteceu tudo isso — lamentou a madrinha.

Quem era Henrique Chagas

O empresário, conhecido como Rick Chagas, era visto como uma pessoa alegre, divertida e amorosa com os animais. A paixão era especial com os cães da raça schnauzer, simbolizados em uma tatuagem na perna do jovem.

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Ele era dono de um pet shop há pelo menos quatro anos. Além de proprietário, era ele quem realizava os procedimentos de banho e tosa nos animais.

— Ele era uma pessoa incrível. Ele era amoroso, era dedicado no que ele fazia. Ele tinha amor aos animais. Muito amor aos animais. Ele tinha um pet shop, para mim, ele era o melhor da cidade. Fazia todos os cursos que aparecia, para se aperfeiçoar mais. Ele sempre quis tirar aqueles furinhos de espinha do rosto dele — disse a madrinha.

Familiares e amigos do empresário estão fazendo uma “vaquinha” online com o objetivo de arrecadar dinheiro para conseguir um translado que leve o corpo dele de São Paulo até Pirassununga, onde será sepultado.

Ana Cláudia ainda afirmou que ele sofria de arritmia cardíaca (quando o ritmo cardíaco se desvia do normal, podendo ser acelerado ou lento demais). O procedimento tem contraindicações para pessoas que têm problemas cardíacos e renais.

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Investigação

Uma das suspeitas investigadas pela polícia é a de que Chagas possa ter tido algum tipo de reação alérgica ao tratamento e morrido por “choque anafilático” pelo uso de alguma substância química. De acordo com o companheiro do paciente, que foi com ele à clínica, Natália não pediu nenhum exame médico anterior para saber se o engenheiro era alérgico a algum medicamento.

O caso, que antes havia sido registrado como “morte suspeita” no 27º Distrito Policial da Capital (DP), passou a ser investigado como “homicídio”, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

— A Polícia Civil instaurou inquérito no 27ºDP para investigar o crime de homicídio. Foram solicitados exames necroscópico e toxicológico, cujos resultados são aguardados. Policiais fizeram diligências em vários endereços, mas a autora ainda não foi localizada. As buscas continuam para que ela seja encontrada e ouvida em depoimento — informa nota divulgada pela assessoria de imprensa da SSP.

Chagas procurou a clínica de Natalia para realizar um tratamento com fenol, que é um produto ácido, no rosto. A substância provoca uma reação inflamatória na pele. A inflamação causa descamação da superfície do tecido. O objetivo é reduzir manchas, rugas e cicatrizes, devolvendo a elasticidade na face.

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Segundo testemunhas, antes de Chagas se submeter ao fenol, foi aplicado um anestésico tópico no seu rosto. Depois lhe foi dado comprimido de um remédio contra dor.

A Polícia Técnico-Científica realizou exames necroscópico e toxicológico no corpo do empresário para saber qual foi a causa da morte de Henrique e quais substâncias ele ingeriu. A delegacia que investiga o caso aguarda o resultado dos testes. Policiais apreenderam equipamentos e medicamentos na clínica para passarem por perícia.

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