Dono de concessão de táxi na Capital afirma que foi procurado por Isaías para arrendar placa

Em uma sessão que durou quase quatro horas, a CPI dos Táxis ouviu quatro depoimentos nesta quinta-feira. O primeiro a falar foi Hudson Pires, o Chiquinho, que desde o início do ano está a frente da Fundação Municipal de Esportes e tem um táxi.

Em depoimento aberto ao público e a imprensa, o secretário explicou que obteve a licença na licitação de 2010 e que hoje tem dois motoristas auxiliares. Contou ainda que Isaías Gomes dos Santos, suspeito de explorar irregularmente várias concessões na Capital, o procurou e se ofereceu para administrar o táxi dele, o que ele afirmou ter negado.

A segunda testemunha a falar, desta vez a portas fechadas – um pedido da depoente -, foi a dentista Marlene Bolan de Amorin, que é investigada em sindicância realizada pela Secretaria Municipal de Transportes e é suspeita de ter arrendado a placa.

Cliente do advogado Orlando Antonio Rosa Jr, foi orientada a não assinar o termo no qual se comprometeria a falar a verdade. Respondeu com um “não sei” várias das perguntas dos vereadores.

A CPI também ouviu dois ex-presidentes do Sindicato dos Taxistas de Florianópolis: Joaquim Mattos e Luiz Gonzzaga, que reivindicou ao presidente Guilherme Pereira (PSD) o direito de falar a portas fechadas.

– Meu cliente é citado a todo instante, mas ainda não foi convidado a depor – reclama o advogado de Isaías Gomes dos Santos, Orlando Antonio Rosa Jr., que acompanha os depoimentos da CPI dos Táxis desde o primeiro dia.

Acordo entre os vereadores que integram a comissão é que todos os depoimentos devem ser abertos ao público. As audiências das semanas anteriores ocorreram a portas fechadas. O argumento, na ocasião, foi de que a repercussão na mídia estava prejudicando o andamento dos trabalhos.

– Eu e os outros integrantes da CPI decidimos abrir os depoimentos para tornar o trabalho ainda mais transparente – disse o presidente Guilherme Pereira (PSD).

No início da tarde desta sexta-feira, a CPI volta a se reunir. Estão previstos outros quatro depoimentos. Com a mudança no horário de expediente da Câmara de Florianópolis, a sessão será realizada a tarde, a partir das 14h.