As marcas do acidente ainda são visíveis e doem no corpo de Victória Brites, 24 anos. A mulher é a proprietária e estava no banco do carona do pálio branco que invadiu uma farmácia na rua Coronel Pedro Demoro, no Estreito, na madrugada de sábado, quebrando o vidro e colidindo contra o vigilante do local. O marido dela, Matheus Silva, 21, dirigia o veículo e dois amigos estavam no banco de trás. Victoria concedeu ao Hora a entrevista para explicar a situação, e diz que o marido fugiu pois é desertor do exército e não queria ser preso.

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A Polícia confirmou que o homem era desertor do exército, e foi detido após o acidente e o exército foi informado.

Carro invade farmácia após perseguição no bairro Estreito, em Florianópolis

Hora: O que aconteceu naquela noite?

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Victória: Nós dois estamos desempregados, e resolvemos fazer umas corridas de táxi em um bar ali em Capoeiras. Meu marido estava dirigindo, e entrou em uma rua sem saída por engano. Eu saí do carro para ajudar a voltar de ré, quando percebi que o farol estava apagado. O carro do Tático ( Pelotão de Patrulhamento Tático) viu a gente e mandou parar, mas meu marido resolveu fugir porque ele é desertor do exército e não queria ser preso. Eu e nossos amigos pedimos para ele parar, mas ele não parou até que aconteceu o acidente.

Hora: Você percebeu que o carro iria colidir?

Victoria: Eu gritei muito para ele parar, cheguei a puxar o freio de mão, mas o carro não parou. Na hora que bateu eu fiquei em estado de choque, só vi depois que tinha atingido o segurança da farmácia.

Hora: Vocês tinham cometido algum crime ou existia alguma coisa errada no carro?

Victoria: Nada. Nem álcool a gente tinha tomado. Ele errou de fugir, mas nunca tivemos passagem e nem fizemos nada de errado. O carro eu comprei faz uma semana, paguei à vista depois que voltamos de Curitiba, onde passamos um mês com a minha família.

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Victória explica o que aconteceu. Foto: Betina Humeres/Agência RBS

Hora: Vocês foram presos?

Victoria: Eu saí de lá na ambulância do Samu, me machuquei muito, pois estava sem cinto. Meu marido e nossos amigos foram levados para delegacia. O exército foi buscar o Matheus, que está lá no Estreito agora. Os outros dois foram soltos, pois viram que não tiveram culpa de nada.

Hora: Você sabe o vai acontecer agora?

Victória: Só hoje que consegui falar com meu marido, ninguém sabia me dizer onde ele estava. Pelo que soube ele vai responder por direção perigosa e também vai ser julgado no exército por deserção, mas vai pedir perdão. Eu nem sei o que pensar mais, ainda estou muito machucada, não sei onde foi parar o carro e nem meus documentos.

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