A dona de um cachorro baleado e morto durante uma operação da PM nesta terça-feira (19), no Morro Dona Edith, em Blumenau, questiona a versão dos policiais. A mulher, que prefere não se identificar, afirma que o cão — chamado de Brutus — era brincalhão e não mordia, nem atacava pessoas.
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De acordo com a tutora do animal, ele teria ficado em frente ao PM pouco antes de ser atingido por um disparo na cabeça. Ela afirma que o cão teria fugido e diz que os policiais se assustaram por ele ser de grande porte. A dona garante que o cachorro era dócil e não atacou a guarnição policial.
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— Até achei que eles tinham dado um tiro de bala de borracha no cachorro. Tinha necessidade de dar um disparo para matar? — qusestiona.
Ela complementa e a afirma que o cachorro, um vira-latas, não tinha histórico de ser agressivo:
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— Nunca mordeu ninguém. Era grande, bonito, bem tratado. Nem chegou a avançar. Ficou perto do perto do policial, olhou, e tomou tiro. A revolta tá grande, porque ele era amado pela piazada.
Versão da PM
Segundo a PM, os policiais estavam fazendo buscas por um carro que havia sido roubado durante a tarde desta terça-feira (19). Ao chegar em um determinado local, para fazer o retorno do veículo, um dos agentes saiu do carro, momento em que teria sido atacado:
— O policial tentou de todo modo desvencilhar do ataque, com chutes e empurrões, mas mesmo assim o cão não cessou o ataque — conta Nícolas Vasconcelos Marques, chefe de Comunicação do 10º Batalhão de Polícia Militar.
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Após a morte do animal, a moradora responsável por ele foi identificada e autuada por omissão de cautela. A pena para este tipo de contravenção penal pode chegar a uma prisão simples (de 10 dias a dois meses) ou multa.
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A reportagem pediu as imagens do momento do ataque, já que os policiais militares possuem câmeras nas fardas. No entanto, Marques escreveu que "a câmera só foi ligada após o ataque do cão, já que a partir desse momento iniciava uma nova ocorrência. Não há registros do momento anterior".