Três dias da semana registraram maior número de ocorrências de homicídios em Florianópolis em 2018: quintas-feiras, sábados e domingos. As duas primeiras tiveram 22 assassinatos durante todo ano de 2018. Já no domingo aconteceram 26 homicídios na Capital.
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O ano passado inteiro teve 52 domingos no calendário. É como se em metade deles Florianópolis tivesse registrado um assassinato. Mas, na verdade, alguns domingos foram mais sangrentos que outros. Em um deles, na manhã de 18 de fevereiro de 2018, três corpos foram encontrados num matagal às margens da Via Expressa (BR-282), próximo ao Morro da Caixa, na região continental.
As vítimas foram identificadas como Rogério da Silva Nogueira, Luiz Felipe Alves Feitosa e João Vitor Oliveira Padon. Nenhum deles era natural de Santa Catarina — dois eram do Paraná e um do Mato Grosso. Os três não possuíam registro de passagens pela polícia no Estado. A investigação, posteriormente, identificou que eles teriam sido mortos por engano ao serem confundidos com integrantes de uma facção criminosa.
Comandante da 1ª Região de Polícia Militar, que engloba toda a cidade de Florianópolis, o tenente-coronel Marcelo Pontes aponta que os fins de semana são mais “agitados”, no sentido de as pessoas sentirem-se mais livres para beber, passear e fazer festas. E isso, destaca, traz a reboque maior ocorrências de crimes dos mais variados como furtos, roubos, perturbação de sossego, dirigir embriagado, entre outros.
— Nos fins de semana aumentam todas as ocorrências e as mortes violentas acabam entrando nesse contexto. É uma questão também comportamental, as pessoas sentem-se mais livres, bebem, usam entorpecentes e isso acaba refletindo no número de crimes — analisa Pontes.
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Norte da Ilha lidera número de assassinatos
Assim como em 2017, o norte da Ilha foi a região mais violenta de Florianópolis em 2018. Em todo ano passado, a região registrou 47 das 121 mortes violentas ocorridas na cidade. O número é 38,8% do total de homicídios, mortes em intervenções policiais, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. E compreende bairros como Ingleses, Canasvieiras e Jurerê, áreas nobres da cidade, rodeadas, no entanto, por comunidades carentes e conflagradas como o Morro do Mosquito, o Siri, o Papaquara e a Vila União.
Os crimes na região, porém, diminuíram de 2017 para 2018. As 47 mortes violentas no ano passado ficaram bem aquém dos 75 homicídios do ano anterior. O patamar, porém, ainda é alto, pois apenas os números do norte da Ilha em 2018 se aproximam do total de assassinatos na cidade em 2015, quando foram registrados 62 casos.
Quase metade das vítimas eram de outros estados
Outro dado sobre a violência diz respeito a origem das vítimas. Das pessoas assassinadas em Florianópolis no ano passado, 56 eram naturais de outros estados, enquanto 31% das vítimas (37) eram nativas da cidade, 17,6% (21) de outros municípios catarinenses e 4,2% (5) de origem não identificada pela polícia. Os dados são semelhantes aos de 2017.