O movimento de protesto por melhores serviços públicos e contra a corrupção, apoiado por três quartos da população brasileira, perdeu intensidade neste domingo, mas promete voltar com força, coincidindo com o chamado de greve geral para o início de julho.

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No Rio de Janeiro, cerca de 1,5 mil pessoas participaram de uma passeata na orla de Copacabana contra a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público e, segundo os manifestantes, aumentará a impunidade no Brasil.

“Dilma precisa fazer muito mais contra a corrupção. Ela é o símbolo deste sistema”, disse Anderson Luís Rosa Raposo, 31 anos, professor de inglês que protestava no Rio.

“Oh, oh, oh, queremos mais dinheiro para saúde e educação”, “vem pra rua, vem” – gritava a multidão.

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Em Fortaleza, outro protesto reuniu 500 manifestantes por ocasião da partida entre Espanha e Nigéria, pela Copa das Confederações.

A manifestação, pacífica, se dirigiu ao estádio Castelão, antes de seguir para o aeroporto, onde bloqueou as vias de acesso.

Durante os protestos das últimas duas semanas, muitos manifestantes expressaram sua revolta pelos gastos milionários do Estado com a realização da Copa do Mundo, estimados em R$ 30 bilhões, ao invés de investir em saúde e educação.

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Atos com crianças também foram organizados no Rio e em Brasília, em frente ao Congresso Nacional. No Leblon, quarenta manifestantes acampados desde sexta-feira em frente à residência do governador Sérgio Cabral, protestam contra a corrupção. Eles afirmam que só deixarão o local “quando o governador aparecer.”

A passeata que já reúne mais de mil pessoas na orla da zona sul carioca, começa a atrapalhar o trânsito. Os manifestantes, que seguiam pela pista que, transformada em área de lazer aos domingos, já estava fechada ao tráfego de veículos, agora começam a ocupar a pista em sentido contrário, fechando a avenida para a passagem dos carros.

Cerca de 75% dos brasileiros apoiam este movimento histórico de contestação, de acordo com a primeira pesquisa do IBOPE publicada no sábado sobre a crise no Brasil.

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O preço e a má qualidade dos transportes públicos superou as razões de insatisfação da população (77%), seguido pela classe política (47%) e corrupção (33%).

Mas o coração dos brasileiros balança entre essas críticas e o amor pelo futebol. Entre os entrevistados, 67% aprovam a organização da Copa do Mundo.