O dólar fechou em alta ante o real pela quinta sessão consecutiva, alinhado à continuidade do avanço da moeda norte-americana em relação ao euro, que encerrou no nível mais baixo em cinco meses. No Exterior, o dólar no exterior reagiu à desvalorização das matérias-primas (commodities).
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Internamente, ainda pressionaram as cotações as remessas de recursos ao exterior por estrangeiros que saíram da Bovespa. Contudo, os ganhos do dólar no dia foram reduzidos à tarde em meio a ofertas de exportadores no mercado à vista e um movimento de realização de lucros, disse um operador.
O dólar comercial subiu 1,07% e fechou o dia cotado a R$ 1,608. Na semana e no mês até o momento, a moeda apurou valorização de 2,94%, resultado que reduziu as perdas acumuladas este ano para 9,41%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista avançou 0,97%, também para R$ 1,608.
Nesta semana, as previsões de desaquecimento da demanda por commodities se fortaleceram, em meio a indicadores fracos de atividade nos EUA e a avaliações de que os problemas econômicos na Europa e Japão estão só começando. As decisões pela manutenção dos juros tomadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Banco Central Europeu e Banco da Inglaterra refletem a maior preocupação dessas autoridades com o fraco desempenho econômico, apesar do ambiente de forte pressão inflacionária.
Diante desse cenário, os investidores se reposicionaram com pesado volume de compras de dólar aliado a vendas de euro. Como a valorização do dólar pesa sobre as mercadorias, que ficam mais caras para os compradores estrangeiros, houve um movimento de vendas de contratos de commodities que colocou a moeda americana nos níveis mais altos ante o euro desde janeiro.
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Hoje, os fundos de hedge (um tipo de fundo de investimento) reforçaram a fuga das commodities e o petróleo teve baixa superior a 4%, para o menor valor desde 1º de maio em Nova York, cotado a US$ 115,20 o barril.
No mercado de câmbio em Nova York esta tarde, o euro furou esta tarde o suporte de US$ 1,50 pela primeira vez em mais de 5 meses e atingiu US$ 1,4997, pressionado pelas preocupações sobre a saúde das economias européias. Este é o nível mais baixo do euro desde o final de fevereiro e bem abaixo da máxima recorde de US$ 1,6040 alcançada há apenas poucas semanas. Às 16h59 (de Brasília), o euro estava em US$ 1,5016, em queda de 1,30%.
No Brasil, a maior demanda por dólar se refletiu no aumento dos negócios. O giro financeiro total à vista cresceu 57%, para cerca de US$ 5,981 bilhões.