O dólar volta a operar em forte alta nesta quinta-feira, repercutindo o dia de perdas nas bolsas de valores mundiais, influenciadas pelos temores cada vez maiores de que o mundo esteja entrando em recessão. Por volta das 9h30, a cotação da moeda norte-americana subia 5,33%, negociada a R$ 2,50.
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Os negócios seguem a tendência da quarta-feira, quando o dólar subiu 6,67%, fechando a R$ 2,38 – ignorando as ações do Banco Central (BC) para conter a cotação. Segundo o presidente Henrique Meirelles, a atuação do BC para conter o dólar já somou US$ 22,8 bilhões desde o agravamento da crise externa, com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers em meados de setembro.
Os investidores vivem novo dia de pessimismo com a possibilidade de uma recessão mundial – sensação agravada depois de várias empresas terem apresentado queda em seus lucros no terceiro trimestre.
– A gente continua a ter uma percepção ruim em relação à economia, de recessão. Não tem como fugir – considerou Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa Investimento.
Falta de liquidez
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João Medeiros, diretor de câmbio da Pionner, destaca que a valorização da moeda está amparada na falta de liquidez. Dados de fluxo divulgados pelo Banco Central na quarta-feira mostram que a saída de dólares do país aumentou na semana passada, com o saldo negativo do fluxo cambial do mês aumentando de US$ 1,089 bilhão até o dia 10, para US$ 3,751 bilhões até a sexta-feira passada.
– As exportações giravam US$ 4 bilhões por mês. Neste mês haverá metade disso – diz Medeiros, afirmando que as empresas estão começando a desistir de esperar pela acomodação da moeda e podem começar a comprar para honrar os compromissos pendentes.
– Se elas começarem a comprar a moeda chegará facilmente nos R$ 3 – afirma.
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