A expectativa pela votação das medidas de ajuste fiscal no Senado e o cenário externo agitaram a bolsa de valores e o câmbio neste terça-feira. O Ibovespa, principal índice acionário do país, fechou o pregão com queda de 1,79%, aos 53.629 pontos, puxado pelas ações da Petrobras e de bancos. O dólar comercial, por outro lado, disparou 1,68% ante o real, e terminou cotado a R$ 3,15, maior valor para a moeda desde 1º de abril.

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Os investidores estão com os olhos voltados para o Senado, onde os parlamentares começaram a analisar as medidas de ajuste fiscal do governo. O primeiro projeto na pauta dos senadores é a MP 665, que restringe acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Em seguida, os parlamentares deverão analisar a MP 664, que trata da pensão por morte e que foi incluída a alternativa ao fator previdenciário. Por último, a MP 668, que envolve, entre outras coisas, o aumento das alíquotas de PIS/Cofins de produtos importados.

Além da expectativa pela aprovação do ajuste fiscal – essencial, de acordo com o Planalto, para ajudar a sanar as contas públicas -, o mercado está atento a um possível desgateste na relação entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o governo.

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Embora tenha afastado essa possibilidade, em entrevista concedida na segunda-feira, há rumores de que Levy teria considerado os sinais de apoio do Planalto mais fracos do que o esperado. Uma reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Valor Econômico reforça esse cenário. De acordo com a publicação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria articulando uma estratégia para alterar os rumos do ajuste fiscal, que envolveria colocar o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, no cargo de ministro da Fazenda.

No noticiário corporativo, o destaque ficou com a Petrobras. Segundo a Folha de S.Paulo, a estatal teria colocado à venda seis blocos de petróleo, incluindo cinco áreas do pré-sal nas bacias de Santos e Campos, e esperaria obter mais de US$ 4 bilhões com o negócio. O jornal também afirma que a petrolífera prepara a abertura de capital da BR Distribuidora, outra medida de ajuste financeiro que já vinha sendo cogitada no mercado financeiro.

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As ações da Petrobras fecharam o pregão com queda de mais de 3% e ajudaram a puxar a queda do Ibovespa.

No caso do câmbio, além da votação do ajuste fiscal no Senado, os investidores voltaram a repercutir a possibilidade de um aumento de juros ainda neste ano nos EUA, após a divulgação de dados positivos da maior economia do mundo. No radar, também estavam os problemas envolvendo a dívida grega.

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