O dólar atingiu o maior valor nominal da história nesta quarta-feira (27), ao chegar a R$ 5,9124. Com isso, a cotação bateu o recorde registrado em maio de 2020, durante a pandemia de Covid-19, em que a moeda estava em R$ 5,9007.
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A moeda americana registrou alta após a notícia de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve anunciar a isenção do imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
A medida passaria a valer em 2026, e é uma promessa de campanha do presidente Lula. O mercado financeiro, contudo, aguarda também pelo anúncio de um pacote de corte de gastos do governo.
Há expectativa de que esse pacote consiga reduzir as despesas para cumprir a meta de zerar o déficit público em 2024. A meta fiscal para esse e o próximo ano é de déficit zero, o que significa igualar receitas e despesas com o objetivo de não aprofundar a dívida federal.
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Dólar em alta
O dólar fechou em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,9124. Na máxima do dia, bateu os R$ 5,9288. Com esse resultado, acumulou alta de 1,70% na semana, ganho de 2,27% no mês e alta de 21,84% no ano.
Já o Ibovespa teve queda de 1,43%, a 128.059 pontos. Na terça-feira (26), o índice do mercado de ações brasileiro fechou em alta de 0,69%, aos 129.922 pontos. Com o resultado, acumulou alta de 0,62% na semana, avanço de 0,16% no mês e recuo de 3,18% no ano.
Pronunciamento de Haddad na mira
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão na noite desta quarta-feira. O tema não foi divulgado pelo governo, mas a expectativa é que seja abordado o anúncio do pacote de corte de gastos e também a isenção do IR.
O mercado aguarda há semanas por uma decisão referente ao pacote de corte de gastos. Contudo, o que era para ser recebido de forma positiva pelos investidores, causou alvoroço no mercado.
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A movimentação ocorreu devido aos rumores de que a a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês também será anunciada. A economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, afirma que se a medida se concretizar, será vista como uma vitória da ala política do governo, a qual a equipe econômica era contrária.
A estimativa aponta, segundo a economista, que essa mudança pode trazer um custo de R$ 40 bilhões por ano aos cofres públicos.
— Ou seja, o dia, que deveria ser marcado pelo esperado pacote de contenção de despesas, poderá contar também com um aumento considerável nos gastos do governo. Na dúvida sobre se o anúncio será conjunto ou não, e sobre se o financiamento da isenção do IR será outro além do pacote de gastos, o mercado, claro, se posicionou de forma bastante defensiva — explicou Veronese.
Com o corte de gastos, o governo pretende equilibrar as contas públicas para honrar o arcabouço fiscal. A ação é vista positivamente por investidores, que aumentam a confiança de que o país será capaz de arcar com suas dívidas.
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Já a atitude de associar esse anúncio a isenção do IR busca passar a mensagem de que esses cortes não estariam apenas afetando os mais pobres.
Porém, o custo que a isenção traria pode se equivaler ou ultrapassar a economia prevista com o pacote de corte de gastos.
*Com informações do g1
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