O dólar acompanhou a alta externa da moeda americana apenas no início da sessão desta sexta-feira no mercado doméstico, e voltou a fechar em baixa em relação ao real, devido ao fluxo cambial positivo no Brasil.

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No fechamento, o dólar comercial ficou na cotação mínima do dia na BM&F, a R$ 1,6655, em baixa de 0,32%. No mercado interbancário, a moeda recuou 0,18%, para R$ 1,667. O giro financeiro total à vista somou cerca de US$ 3,2 bilhões.

Segundo um operador, foram identificadas entradas de recursos destinadas a honrar compromissos de investidores, que participaram de recentes aberturas de capital (IPOs) de empresas brasileiras, e também de estrangeiros interessados nas operações de arbitragem cambial (que buscam ganhar com a diferença entre as taxas de juros interno e externa).

– Houve ingresso de parte dos cerca de US$ 1,8 bilhões relativos a pelo menos três operações iniciais de abertura de capital, da Gerdau, Hypermarcas e Faculdades Anhangüera – estimou a fonte.

De outro lado, a alta acima do esperado tanto do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), referente a terceira prévia de abril, quanto do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) reforçaram as preocupações dos investidores com a inflação doméstica.

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Isso deu fôlego à manutenção dos juros futuros em níveis elevados, diante da percepção de que o atual ciclo de aperto monetário poderá ser mais forte e longo do que se imaginava.

Com o fluxo cambial favorável, o BC teria reforçado a compra de moeda no leilão de compra de dólares realizado esta tarde. Segundo operadores, a autoridade monetária pode ter adquirido cerca de US$ 300 milhões. A taxa de corte ficou em R$ 1,668.

Das cinco ofertas (de cinco bancos) com taxas declaradas, que iam da mínima de R$ 1,6669 à máxima de R$ 1,670, o BC aceitou apenas uma proposta, de um banco, informou uma fonte. Doze instituições não informaram suas ofertas na operação.

Já no leilão de swap cambial reverso realizado hoje, o Banco Central informou que vendeu, 37,2 mil contratos, de uma oferta de até 37,7 mil contratos. A operação permite que o investidor troque papéis ligados à variação do real ante o dólar por títulos do governo ligados à taxa básica de juros (Selic). O valor financeiro negociado somou US$ 1,781 bilhão, equivalente a cerca de 99% da oferta de US$ 1,8 bilhão.

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