Indícios de que o Brasil não está totalmente imune à crise externa voltaram a surgir nesta segunda-feira e deram os argumentos para que o dólar subisse ante o real. O dólar comercial terminou o dia em alta de 1,26%, cotado a R$ 1,688. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista encerrou com taxa de R$ 1,6875, em alta de 1,32%.

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A conta corrente do balanço de pagamentos brasileiro de março, divulgada nesta segunda-feira, mostrou déficit de US$ 4,429 bilhões, o resultado mais alto para o mês na série histórica do Banco Central, iniciada em 1947. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, a “deterioração” na conta corrente reflete a combinação de remessas de lucros bem maiores e uma balança comercial com resultados considerados menos expressivos.

Em março, as remessas de lucros e dividendos em março atingiram o maior nível da série para qualquer mês, somando US$ 4,345 bilhões. Altamir antecipou que esse movimento continuou em abril, com o envio de US$ 3,3 bilhões no mês até o dia de hoje.

A remessa maior foi atribuída à crise externa, com os setores financeiro, de veículos e de metalurgia – com rentabilidade expressiva no País – remetendo seus recursos para as matrizes no exterior, que estão enfrentando dificuldades em relação à crise nos EUA. É um sinal de que o País pode estar melhor preparado, mas a tese de isolamento em um mundo globalizado não tem respaldo nos números desta segunda-feira.

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