Os feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido nesta segunda-feira roubaram a liquidez do mercado doméstico de câmbio que, por conta disso, não ousou nas cotações e manteve-se na linha da estabilidade. Porém, a intervenção do Banco Central no mercado, quando faltava menos de uma hora para o fim da sessão, intensificou o movimento de baixa da moeda americana, que fechou próxima das cotações mínimas do dia.

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O dólar comercial fechou em baixa de 0,12%, cotado a R$ 1659. Na mínima do dia no mercado interbancário de câmbio, a moeda americana foi a R$ 1,6585 (-0,15%). O dólar à vista cedeu 0,09% na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a R$ 1,6585, na taxa mínima do dia.

O noticiário de hoje até poderia ser um fator de pressão de queda da moeda americana ante o real, mas o fraco volume de negócios deixou as negociações com o dólar em direção indefinida durante todo o dia.

– Os dados (de hoje) não fizeram preço porque o mercado está sem liquidez, muitos investidores estão fora e ninguém arriscou, mas os dados são bons e, se tivessem que ter impacto seria de queda nas cotações – afirmou um operador.

A série de indicadores internos positivos teve início com o saldo da balança comercial brasileira que, depois de seguidas frustrações, sustentou, pela terceira semana consecutiva, números bastante favoráveis.

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Segundo divulgação do Ministério do Desenvolvimento hoje pela manhã, o superávit da balança comercial na quarta semana de maio (dias 19 a 23 deste mês, com quatro dias úteis) foi de US$ 741 milhões. O superávit acumulado no mês subiu para US$ 2,960 bilhões e no ano, para US$ 7,540 bilhões.

Outro dado favorável para a queda do dólar foi o fluxo cambial de maio que, até a quarta-feira da semana passada (dia 21), está positivo em US$ 1,807 bilhão, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central.

Além disso, os números referentes ao Investimento Estrangeiro Direto (IED), que somou US$ 3,872 bilhões no mês passado, também são positivos. O volume foi recorde da série histórica para o mês. Segundo o BC, o acumulado no ano até abril, de US$ 12,671 bilhões, também é recorde da série histórica do Banco Central, iniciada em 1947.

Apesar do volume mais fraco de negócios, o Banco Central interveio no mercado de câmbio. A autoridade monetária pagou taxa de corte de R$ 1,6603 no leilão. Segundo um operador, das cinco propostas, de cinco bancos, com taxas declaradas que iam de R$ 1,6594 a R$ 1,661, o BC aceitou duas ofertas, de dois bancos. Doze instituições não informaram as taxas na operação.

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