Dois dos quatro vice-líderes do governo no Senado, Hélio José (PMDB-DF) e Wellington Fagundes (PR-MT), anunciaram que vão votar a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Em manifestações feitas no plenário da Casa na sexta-feira, os dois — integrantes da comissão especial que analisará o caso — passaram a defender o voto contra a permanência da petista.
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Com essas manifestações, dos 42 participantes da comissão entre titulares e suplentes, 27 já se disseram favoráveis, 10 contrários, um indeciso, três não quiseram responder e há um voto em aberto — o senador José Maranhão (PMDB-PB) deixou a comissão, e, sendo assim, a quinta indicação do PMDB para a comissão está vaga.
— Já antecipo a questão da admissibilidade, porque, para mim, é inequívoco o Senado admitir uma questão que veio da instituição Câmara — disse Hélio José em pronunciamento no Senado.
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O senador do Distrito Federal é suplente da comissão a ser eleita na segunda-feira e que começará os trabalhos no dia seguinte.
De acordo com o peemedebista, o seu compromisso é com a população do Distrito Federal, com a dona de casa, com as pessoas que precisam de um país estabilizado e que volte a crescer a e gerar empregos.
— O meu compromisso não é com pessoas — ressaltou, ao defender que a admissibilidade deveria ser admitida “de forma consensual” para se depois fazer o julgamento.
Wellington Fagundes, por sua vez, disse que votará a favor do afastamento porque o país está “politicamente” maduro para isso. Titular da comissão especial, ele destacou que o voto não pode ser apenas técnico e que a manifestação dos senadores é uma retribuição do eleitorado.
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— Agora cabe a nós votar; já foi votado na Câmara dos Deputados pela maioria. Aí chega o momento político. Isso eu disse à presidente da República há 60 dias. Esta semana, eu tive a oportunidade de mais uma audiência, em que fui discutir vários aspectos de interesse do meu Estado que vou abordar daqui a pouco. Ela me perguntou: ‘E aí, Senador Wellington, como está hoje a posição do Senado?’ Eu não hesitei em dizer: ‘Presidente, hoje o clima no Senado é pela admissibilidade, porque todos nós aqui somos políticos e temos que ouvir a população, temos que ouvir as vozes das ruas’ — avaliou.