Duas pessoas foram presas acusadas de utilizar nomes e fotos de policiais civis para extorquir dinheiro pela internet. A operação "Sextorsion" foi deflagrada na manhã desta terça-feira (12) e prendeu uma mulher e um homem em cidades do Rio Grande do Sul.

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Conforme a Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI), cinco medidas cautelares foram cumpridas em Farroupilha e Caxias do Sul, na Serra gaúcha, e Montenegro, região Metropolitana de Porto Alegre, sendo três mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, pela prática em tese dos crimes de extorsão e associação criminosa.

Os delitos de extorsão sexual eram praticados pela internet, segundo a polícia, e os criminosos utilizavam nomes e imagens de policiais civis para cometer o crime. Além dos dois presos foram apreendidos diversos materiais entre celulares, contas bancárias e notebook, que serão analisados para identificação de eventuais novas vítimas.

Em Farroupilha, na chegada dos policiais a mulher jogou o celular pela janela dos fundos da residência, mas o aparelho foi encontrado durante as buscas. Celulares também foram encontrados na cela de uma prisão, onde o irmão dela cumpre pena.

Segundo informações de GaúchaZH, sete vítimas teriam caído no chamado golpe dos nudes. O crime de extorsão teria sido praticado por um apenado que está na Penitenciária Modulada de Montenegro. As duas pessoas presas preventivamente eram utilizadas para receber os valores obtidos com o crime.

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Ainda conforme a reportagem, são quatro vítimas da cidade de Áurea, uma de Gaurama e outra de Tapejara, todas do norte do Estado, e uma sétima que mora em Pelotas, na região Sul. Foram exigidos valores de até R$ 60 mil, mas a polícia comprovou pelo menos dois depósitos, de R$ 3 mil e R$ 8,6 mil.

Como funcionava o esquema

A investigação apontou que os indivíduos criavam perfis "fake" nas redes sociais, se passando por uma mulher jovem e atraente. Ela fazia amizade com homens de meia idade e passava a trocar mensagens. Depois, o perfil enviava "nudes", demonstrando interesse. Quando o homem respondia com fotos nuas, começava a sofrer as extorsões e passava a ser acusado de pedofilia pelo perfil falso.

O delegado André Lobo Anicet, titular da DRCI, explica que depois o "suposto pai da menina" passava a falar com as vítimas, exigindo dinheiro para o tratamento psicológico dela. Um outro criminoso entrava em contato e se passava por policial civil, exigindo uma quantia para o arquivamento do procedimento policial.

– Somente nesta investigação restou apurado que três criminosos associados estariam praticando os delitos, sendo que um está recolhido ao sistema prisional gaúcho e os outros dois estão em liberdade recebendo os depósitos em suas contas bancárias, sendo identificados ao menos sete vítimas dessa mesma associação criminosa – explicou Anicet.

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