Duas pessoas foram indiciadas Polícia Civil de Joinville suspeitas de participarem de um esquema de propina para facilitar a obtenção de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Segundo a delegada Georgia Bastos, responsável pelo inquérito policial, a denúncia chegou à polícia em forma de carta em maio do ano passado.
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Uma jovem redigiu o texto informando que estava fazendo as aulas em uma autoescola da cidade e um instrutor do estabelecimento teria informado que a aluna poderia pagar uma taxa extra, no valor de R$500, para conseguir a licença depois de reprovar no teste e sem fazer uma nova prova. A polícia iniciou as investigações interrogando doze alunos do centro de formação de condutores sobre a suposta propina solicitada pelo instrutor.
Na época, nenhum aluno informou ter sido vítima da situação. Somente uma jovem disse que outro funcionário da empresa, que também era ex-companheiro da proprietária do espaço, teria solicitado uma quantia em dinheiro para facilitar a retirada do documento. Entretanto, valor estipulado por ele foi de R$ 700. Ainda de acordo com a delegada, a dona do lugar não teria conhecido da conduta do ex-marido.
O inquérito policial foi concluído há cerca de duas semanas e encaminhado ao Fórum de Joinville. Os dois envolvidos no esquema foram indiciados pelo crime de tráfico de influência, que consiste na prática ilegal de uma pessoa se aproveitar da posição dentro de uma empresa ou entidade para conseguir vantagens indevidas. Não foi solicitada a prisão dos dois e eles aguardam o decorrer do processo em liberdade.
Ainda conforme Georgia, a investigação também serviu para apurar possíveis envolvimentos de policiais civis no esquema, mas não houve comprovação deste crime por parte de nenhum servidor estadual. O nome do estabelecimento não foi informado pela Polícia Civil.
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Esquema modificou processos
Segundo de delegada regional, Tânia Harada, desde que a Polícia Civil recebeu a denúncia e começaram as investigações houve uma modificação no processo de testes para a retirada da CNH em Joinville. Desde dezembro do ano passado, as avaliações são realizados somente na Delegacia Regional, que abriga o Ciretran. Antes, as provas eram agendadas pelas autoescolas em várias regiões da cidade.
Desde que a mudança foi implantada, de acordo com a delegada regional, houve um aumento no índice de reprovação nos testes para a retirada das CNHs. Antes, a quantia reprovados representava 15% do total. Atualmente, o índice chega a 40%. Ainda conforme Tânia, a investigação para apurar as irregularidades e ver se a prática está sendo realizada por outras unidades da cidade.