Ao menos dois policiais espanhóis e quatro afegãos morreram no ataque de rebeldes talibãs perto da embaixada da Espanha em Cabul, que terminou apenas nas primeiras horas deste sábado com a morte dos agressores.

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“As forças especiais afegãs neutralizaram todos os envolvidos no ataque terrorista em Cabul”, escreveu no Twitter o porta-voz do ministério do Interior, Sediq Sediqqi.

“Quatro policiais afegãos morreram no ataque”, que foi iniciado na sexta-feira, acrescentou.

O governo espanhol anunciou a morte de um segundo policial, Jorge García Tudela, ocorrida na madrugada deste sábado.

“Trata-se da segunda vítima do atentado, juntamente com o policial Isidro Gabino Sanmartín Hernández”, que faleceu na sexta-feira à tarde, de acordo com um comunicado do ministério espanhol do Interior.

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“Os funcionários da embaixada da Espanha, entre eles os membros do Corpo Nacional de Polícia que integram o destacamento de segurança, foram retirados do local após uma intervenção que se prolongou por várias horas”, acrescenta o comunicado do ministério.

O ataque começou com a explosão de um carro-bomba no final da tarde de sexta e seguiu com tiroteios esporádicos.

Várias horas depois do início do ataque, foram registradas novas explosões e tiroteios no bairro diplomático, onde as forças de segurança enfrentaram os insurgentes.

Sediqqi indicou à AFP que o último talibã envolvido no atentado morreu nas primeiras horas deste sábado.

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Os talibãs reivindicaram o ataque e declararam que o alvo era um hotel para estrangeiros situado perto da sede diplomática e não contra a embaixada em si, como haviam indicado previamente as autoridades afegãs.

“Correu a notícia de que poderia ter havido um ataque contra nossa embaixada, não foi assim”, disse aos jornalistas o chefe de governo da Espanha, Mariano Rajoy.

O hospital de emergências de Cabul informou que estava tratando de onze feridos.

A casa de Abdul Rashid Dostum, um ex-chefe de guerra e primeiro-vice-presidente do Afeganistão, fica nessa mesma região da capital afegã, assim como várias residências de funcionários de alto escalão, ou sedes de ONGs.

O ataque dos insurgentes aconteceu após um cerco dos talibãs ao aeroporto de Kandahar, que durou 27 horas e deixou pelo menos 50 mortos esta semana.

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Talibãs multiplicam ofensivas

Atualmente, os rebeldes talibãs multiplicam as ofensivas contra alvos estrangeiros e governamentais.

Na terça, os insurgentes atacaram o gigantesco complexo aeroportuário de Kandahar, a grande cidade do sul do país, que também abriga uma zona residencial civil e uma base militar conjunta da Otan e o Exército afegão.

Este ataque coincidiu com a visita ao Paquistão do presidente afegão, Ashraf Ghani. O presidente tenta reiniciar as negociações de paz entre o governo afegão e os talibãs, bloqueadas em parte pela desconfiança que existe entre Cabul e Islamabad.

A ofensiva contra o aeroporto de Kandahar confirmou a capacidade militar dos talibãs que continuam seus ataques, apesar da chegada do duro inverno afegão.

Nos últimos meses, os talibãs lançaram vários ataques bem-sucedidos. No final de setembro, assumiram o controle, por alguns dias, da capital provincial de Kunduz, sua maior vitória desde que foram expulsos do poder pela invasão americana em 2001.

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Desde então, surgiram profundas divisões entre os talibãs, o que dificulta a retomada das negociações.

A Espanha chegou a ter 1.400 soldados mobilizado em território afegão em 2003. Atualmente, segundo dados da Otan, restam apenas nove soldados espanhois no Afeganistão.

* AFP