O torneio Sul/Minas teve ontem seu primeiro round projetado para 2002. A reunião secreta com interrupções para atendimento à imprensa foi, no mínimo, “falsa”. Por quê? Simplesmente porque os presidentes de clubes que dela participaram firmam uma posição interna e depois dançam conforme a música. Exemplo flagrante constatado por uma raposa disfarçada diz respeito à definição dos quatro clubes que representarão Santa Catarina. Os representantes de Criciúma e Joinville insistiram em que fosse obedecido o critério da classificação do Campeonato, eliminando qualquer possibilidade do Avaí participar. Para a imprensa o discurso foi mais brando por parte de alguns dirigentes, colocando como importante para a escolha dos participantes da Sul/Minas alguns critérios como o aeroporto condizente na cidade, estádio capaz de sediar a Copa, tradição, títulos, etc. Dá pra entender? Tropa de choque Delfim Peixoto Filho chegou à Assembléia Legislativa, ontem, com uma verdadeira tropa de choque a protegê-lo. Além da assessoria jurídica, vários presidentes de clubes foram prestigiar o depoimento do mandatário do futebol. Os advogados de Delfim tinha uma única orientação: a qualquer insinuação de quem quer que fosse a respeito de sua conduta à frente da FCF, surgiria uma interpelação judicial imediata. Posição Uma pergunta que circulou ontem na CPI da CBF/Nike: “Por que até agora a diretoria do Joinville não se pronunciou a respeito da doação de R$ 60 mil ao clube, dinheiro este que lá nunca chegou?” É de conhecimento que o atual presidente, Mauro Bartholi, à época dos recibos, era o diretor administrativo do clube. Convite A imprenssa quis saber do presidente da Federação Gaúcha, Emídio Perondi, se ele convidaria o Grêmio e o Inter caso eles não se classificassem entre os primeiros no seu campeonato. “Claro que sim”, foi a resposta taxativa. A mesma pergunta foi feita ao presidente da Paranaense, Onaireves Moura, em relação a Coritiba, Atlético e Paraná, e o dirigente não titubeou: “Evidente que convidaria”. E o senhor Delfim Peixoto em relação aos chamados grandes de Santa Catarina? “Depende da promotora da Copa”. Delfim x Dalmo Um duelo de gigantes: o presidente da FCF e o ex-árbitro da Fifa, Dalmo Bozzano. Delfim se irritou algumas vezes, porém suportou a carga pesada, esperando seu momento de defesa e contra-ataque. Os deputados se impressionaram com a firmeza e convicção com que Dalmo Bozzano acusava o presidente Delfim Peixoto. A acusação mais forte do ex-árbitro ao presidente da FCF foi a de que o dirigente teria lhe pedido para prejudicar o Joinville num jogo contra o Marcílio Dias. A defesa O presidente da FCF fez um discurso emocionado. Ao invés de agredir o ex-árbitro, preferiu dizer que foi ele quem colocou Dalmo Bozzano na Fifa e quem vai, também, usar todo seu prestígio para que o filho, Giulliano, chegue lá quando completar 25 anos. Acusou Dalmo de nunca ter trabalhado e viver em mesa de jogo, babando em cima das cartas. Tudo o que a imprensa já sabia. Caso pessoal, com agressões do mais baixo nível. À prestação O ex-vice presidente da CBF para o Sul, João Jorge Pio, apresentou uma novidade em seu depoimento: “Recebi os R$ 60 mil não em dois cheques como disse à imprensa, mas, em quatro ou cinco vezes, em dinheiro”. Contradição João Jorge Pio, frente a frente com Marcio Vogelsanger, ex-presidente do Joinville, entrou em parafuso. Acabou revelando que recebeu o recibo do JEC em setembro e sua fratura de braço foi em outubro. Ficou claro que pediu ajuda de custo à CBF para tratamento antes de se acidentar, quer dizer, adivinhou que iria quebrar o braço um mês após pegar o recibo do JEC. Explicação O presidente da FCF, Delfim Peixoto Filho, me explicou ontem a razão pela qual assiste aos jogos, em Itajaí, na casamata do delegado, que fica na pista do Estádio Dr. Hercílio Luz. “Se vou lá pra cima, não tem onde ficar, pois não há tribuna de honra. Se fico nas cadeiras, ouço ofensas a qualquer marcação do árbitro contra o Marcílio Dias, que quase levam à agressão. Ou assisto da pista, ou não vou mais ao estádio”. Em meio à esta pressão de CPI e mais estes problemas é bom o Delfim se manter sereno. Já teve problema de coração.
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