Os dois ministros do principal partido pró-curdo da Turquia renunciaram nesta quarta-feira ao governo interino turco, a seis semanas das eleições legislativas antecipadas de 1º de novembro, e acusaram o partido islamita conservador do presidente Recep Tayyip Erdogan de propiciar uma lógica de guerra.

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A renúncia surpresa dos dois ministros ocorre num contexto marcado pelos confrontos diários entre as forças de segurança turcas e as milícias do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no sudeste do país, povoado majoritariamente por curdos.

Müslüm Dogan e Ali Haydar Konca, que eram os primeiros membros de um partido curdo a entrar em um governo na Turquia, apresentaram sua renúncia ao primeiro-ministro islamita conservador Ahmed Davutoglu, que a aceitou. Dogan era ministro do Desenvolvimento e Konca de Assuntos Europeus.

O partido AKP de Davutoglu e Erdogan “tem uma lógica de guerra e de golpe de Estado”.

“Esta lógica de guerra (…) nos faz sentir falta da época da lei marcial nos anos 1990”, ironizou Konca em uma declaração que leu à imprensa, referindo-se aos “anos de chumbo”, quando os confrontos entre as forças de segurança e os rebeldes do PKK atingiram seu ápice.

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O ex-ministro, membro do Partido Democrático dos Povos (HDP), acusou o governo de ter “transformado em um inferno toda a Turquia, em particular as cidades curdas”.

Erdogan e Davutoglu acusam o HDP de apoiar o PKK.

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