Professores da rede pública de ensino de Biguaçu, na Grande Florianópolis, que trabalharam durante a aplicação do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, o Encceja, em novembro de 2017, ainda não receberam pelo serviço prestado. Os profissionais foram contratados para aplicar e fiscalizar a realização das provas em diversas escolas. O pagamento deveria ter ocorrido 15 dias úteis após o exame, no entanto, mais de dois meses depois, os profissionais não receberam e não têm previsão de quando poderão sacar o dinheiro.

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Nadir de Jesus, 36 anos, trabalhou como fiscal na Escola de Educação Básica Professora Eloisa Maria Prazeres de Faria, no bairro Rio Caveiras. Ela conta que o exame aconteceu em todo o país no domingo, dia 19 de novembro, das 7h às 19h. Para trabalhar como fiscal de sala e banheiro, a professora receberia R$ 150 e R$ 20 de ajuda de custo para a alimentação. Para os chefes de sala, o valor era de R$ 180, mais os R$ 20.

— Mas nem os R$ 20 da alimentação eles pagaram pra gente. Deveriam ter sido pago antes, mas falaram que iam pagar tudo junto em 15 dias úteis. Até agora nada. Cada um teve que se virar e levar a comida de casa, porque nem restaurante perto tinha — conta Nadir.

Ela explica que qualquer professor poderia se candidatar para trabalhar no dia da prova. A inscrição ocorreu pela internet e a forma de recebimento poderia ser através de uma conta corrente ou direto na boca do caixa. De acordo com Nadir, nenhum profissional da escola foi pago pelo dia trabalhado.

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Marcela Cargnin Elias, 29 anos, também foi fiscal, mas na Escola de Educação Básica Professora Emerita Duarte Silva e Souza, no bairro Fundos, e ainda não recebeu.

— Ninguém recebeu, estamos até agora apavorados, um absurdo, tiramos um domingo do mês para trabalhar o dia inteiro e não ganhamos nada — reclama.

A Hora recebeu mais de 10 mensagens de professores que trabalharam no dia do exame em escolas de Biguaçu e uma de Florianópolis e até agora não viram a cor do dinheiro.

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O que dizem as entidades envolvidas

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entidade ligada ao Ministério da Educação (MEC), esclarece que contratou, através de licitação, o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) da Universidade Federal de Juiz de Fora para aplicar as provas em Santa Catarina. É o CAEd a entidade responsável por selecionar os professores e fazer os pagamentos após o exame. Segundo o Inep, os pagamentos pactuados com a entidade já foram realizados.

A reportagem entrou em contato com a entidade através de e-mail, pelo site e por telefone durante dois dias, mas não recebeu resposta e nem o retorno da ligação até o fechamento desta edição.

Encceja é um exame que avalia as pessoas que não puderam concluir os estudos na idade apropriada. Ele é voluntário, gratuito e destinado à certificação de nível de Ensino Fundamental e Médio. As provas ocorrem uma vez por ano em todo o país.

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