Dois homens que haviam sido denunciados pelo homicídio de um casal de jovens de 18 anos em Palhoça, em novembro de 2017, foram condenados a um total de 119 anos de prisão após sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Palhoça realizada nesta quinta-feira (6). As penas, inicialmente em regime fechado, são referentes aos crimes de homicídio qualificado — por ter sido praticado por motivo fútil, sem possibilidade de defesa e com emprego de fogo e tortura —, sequestro, ocultação e vilipêndio de cadáver, corrupção de menores e organização criminosa conforme sustentou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Outras três pessoas foram denunciadas pelos crimes.

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Thuane Gonçalves da Cruz e Rudimar Muller, ambos de 18 anos, foram atingidos por golpes de facão e queimados vivos. O crime aconteceu no dia 21 de novembro de 2017. A ação foi filmada e divulgada na internet. O corpo de Rudimar foi encontrado carbonizado na manhã do dia seguinte. Já o de Thuane, ficou desaparecido por quatro dias e localizado na BR-282, em Águas Mornas.

Os condenados seriam integrantes de uma organização criminosa de acordo com o MPSC e teriam cometido o crime por suspeitarem da lealdade das vítimas.

Um dos acusados recebeu a pena de 71 anos e um mês de detenção. O outro, 47 anos, 11 meses e 25 dias de reclusão. Os dois poderão recorrer da sentença, mas não poderão aguardar o julgamento dos recursos em liberdade de acordo com o Ministério Público.

Um terceiro homem, também denunciado pelos crimes, teve o julgamento suspenso por problemas de saúde de seu advogado. Ele seria julgado na mesma sessão. Outras duas pessoas, com recurso pendente contra a decisão que determinou o julgamento, também foram denunciadas pelos crimes. Além disso, conforme o MPSC, pelo menos mais dois adolescentes também tiveram participação na ação.

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Crime

Uma das pessoas denunciadas recebia auxílio de Rudimar e Thuane no tráfico de drogas de acordo com a denúncia ajuizada pela 8ª Promotoria de Justiça da Comarca de Palhoça. Dois dias antes do crime, na noite do dia 19 de novembro, o casal teria sido abordado pela polícia e liberado em seguida por não estar com nada ilícito.

Um dos condenados e outro denunciado ocupavam o cargo de "disciplina" da organização criminosa conforme o Ministério Público do Estado. A dupla teria desconfiado que o casal havia delatado as atividades da organização pelo fato de terem sido liberados rapidamente. O MPSC mencionou ainda que Rudimar e Thuane teriam, supostamente, curtido uma foto na rede social de um componente de facção rival.

Eles teriam se "desagradado" com as atitudes e sequestrado o casal com o auxílio de outras três pessoas, um dos condenados e outros dois acusados.

De acordo com a investigação, Rudimar e Thuane teriam sido inicialmente levados à casa de um dos condenados e "severamente interrogadas, submetidos a intenso sofrimento" — o interrogatório foi gravado para servir de base para o julgamento pelos demais integrantes da facção criminosa de acordo com o MPSC.

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Após uma ordem das lideranças da facção, na noite do dia seguinte, Rudimar teria sido levado até um terreno baldio no Bairro Aririú, em Palhoça, atingido por golpes de facão e, em seguida queimado ainda vivo.

Thuane teria sido levada em seguida até uma estrada isolada no município de Águas Mornas e morta da mesma forma. Os acusados teriam gravado vídeos com o corpo das vítimas comemorando as execuções.

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