Afeito à literatura e ao cinema, o escritor Fábio Brüggemann estreia hoje em Florianópolis sua nova obra, o curta-metragem Rio da Madre. A ficção é baseada no conto Riomadrenses, do livro homônimo lançado pelo diretor em 1999. Na mesma noite será exibido o documentário Antonieta, de Flávia Person, um curta de 14 minutos sobre a vida da primeira deputada mulher de Santa Catarina. As sessões se repetem no sábado, também às 20h, no cinema do CIC.
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O filme de Brüggemann tem 19 minutos e se passa numa cidade do interior, onde nunca se ouviu o bebê de um casal da vizinhança chorar. Trata do silêncio, representado pela criança que estranhamente não chora, numa sociedade isolada em que todos se importam com a vida dos outros mais do que com as suas, cogitam coisas que não existem e o mistério habita o lugar.
Rio da Madre foi filmado inteiramente na localidade de Índios, interior de Lages. A produção é assinada pela Magnolia Produções Culturais e Ombu Arte e Cultura. No elenco estão Eduardo Hoffmann como protagonista e as atrizes de Florianópolis Barbara Biscaro e Mhirley Lopes e os atores de Lages Adilson Freitas e Lota Lotar. O projeto foi contemplado com o Prêmio Catarinense de Cinema 2013.
Além de escritor, Fábio Brüggemann é roteirista, diretor e dramaturgo. O lageano vive em Florianópolis há mais de 30 anos e escreveu e dirigiu os filmes O Espelho, O Sanduíche Frio Está Fora de Foco, Como Ser Estúpido e Viagens a Biguaçu.
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ANTONIETA, A PRIMEIRA DEPUTADA DE SC
O curta-doc Antonieta foi lançado em dezembro do ano passado e vem sendo exibido no mês de março em Florianópolis e no Rio de Janeiro em celebração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8. Negra, professora, cronista e feminista, Antonieta de Barros (1901-1952) foi pioneira de duas formas emblemáticas na história da política nacional e catarinense, ao ser a primeira negra a assumir um mandato popular e a primeira deputada de Santa Catarina, apenas três anos depois que as mulheres garantiram o direito ao voto no Brasil.
– Ela alfabetizou adultos e jovens. E deu aula inclusive para alguns de seus colegas deputados, que eram analfabetos – conta a diretora.
O documentário apoia-se em imagens de arquivo, já que não existem registros audiovisuais de Antonieta. Flávia encontrou um sobrinho-neto da deputada em Brasília e durante a pesquisa ele descobriu um baú com fotografias antigas.
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– Antonieta era muito ativa, tinha uma postura firme em relação ao que acreditava: que a educação era a maneira de as mulheres se emanciparem e de os pobres viverem com dignidade – diz Flávia.
O filme é resultado de um ano de pesquisa da diretora, com apoio do historiador Fausto Douglas Correa Júnior e agora ela busca recursos por meio de financiamento coletivo para produção e distribuição de 1 mil cópias do doc.