Dois fatores contribuem para a queda no preço da gasolina em Blumenau

O preço da gasolina voltou a apresentar variação significativa nas bombas. Atualmente é possível encontrar o litro por preços entre R$ 3,03 e R$ 3,29. A mudança mostra redução dos valores. Em fevereiro o governo federal aumentou impostos sobre os combustíveis e os preços dispararam. Na época, o valor mais barato registrado em Blumenau foi R$ 3,19, enquanto o mais caro chegou a R$ 3,39.

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A diminuição tem pelo menos duas justificativas: a variação do preço do álcool anidro, que representa 27% da composição da gasolina comum, e queda nas vendas no último mês. O valor do álcool anidro muda de acordo com a exportação do açúcar, explica Paulo Oste, proprietário de um posto de combustível na Rua São Paulo. Segundo ele, a variação está ligada principalmente à quantidade de produto exportado:

– No meu caso o valor depende da companhia (distribuidora), é ela que controla. Se vem mais alto, eu repasso, se vem menor, eu abaixo, e isso depende do preço do álcool e da exportação do açúcar porque, quanto mais se exporta, menos se produz álcool, aí o preço sobe.

Sobre as vendas, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau (Sinpeb), Júlio Zimmermann, afirma que houve queda de 15% no último mês, o que fez muitos postos baixarem os preços para atrair clientes.

– A diminuição no consumo foi muito grande, e com essa redução acentuada muitos recorreram a essa baixa com promoções. Além disso, os custos não diminuíram em nada, então acredito que menos do que está é impossível – analisa, destacando que os preços variam bastante de um posto para outro porque cada estabelecimento tem liberdade para determinar qual valor cobrar pelo produto.

O coordenador do Procon de Blumenau, Alexandre Caminha, acredita que o trabalho feito pelo órgão em parceria com o Procon estadual pode ter influenciado na redução dos preços. Segundo Caminha, o Sinpeb foi notificado a informar a situação do repasse do aumento dos tributos, ocorrido em 1º de fevereiro, para orientar que os postos não aumentassem os preços acima do valor dos impostos repassados pelo governo federal:

– Com essa orientação muitos postos recuaram, acabaram se adequando aos valores e ficamos com uma variação muito próxima do repasse, e assim atingimos o objetivo de evitar aumento acima dos impostos.

Apesar disso, o coordenador acredita que em maio deve ocorrer um aumento real dos valores, já que se aproxima a data-base dos trabalhadores da categoria e muitos postos já teriam sinalizado essa intenção, porém, sem indicação de valores. De qualquer forma, ele ressalta que qualquer aumento nos preços precisa ser justificado.