Dois anos e cinco meses depois de ser inaugurado, o trapiche da avenida Beira-Mar Norte apresenta problemas de estrutura e conservação. O investimento de R$ 1 milhão da última gestão da prefeitura de Florianópolis terá de receber reforço a partir da semana que vem, quando uma equipe da Secretaria Municipal de Obras começa uma restauração de emergência – serão mais R$ 3 mil para que a população não corra riscos ao pisar no local.

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São 66 postes de sustentação com rachaduras e com a parte em metal enferrujada, sendo que o projeto executado incluiu uma proteção metálica para evitar a ação da maresia. O secretário de Obras João Amin esperava que a restauração fosse necessária somente no fim deste ano, mas com a visita ao local avaliou ser necessária uma intervenção emergencial. Segundo ele, o prazo de durabilidade da obra seria até março de 2016. A equipe da Secretaria de Obras deve terminar todos os reparos em até 30 dias, contados a partir da próxima semana.

– Vamos acionar de forma oficial a empresa que construiu o trapiche também na semana que vem para ver se ela seguiu tudo o que foi pedido pela prefeitura durante as obras. Se isso não ocorreu, vou estipular um prazo para que tudo seja reorganizado -disse o secretário.

Empresa responsável pela obra, a Sul Catarinense preferiu não se pronunciar enquanto não receber oficialmente os apontamentos da prefeitura. A comunicação da empresa informou que não tem conhecimento de qualquer problema e que depois poderá prestar qualquer esclarecimento.

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Outra ideia para o local

Um outro projeto apresentado pela Associação Náutica Catarinense para o Brasil (Acatmar) no início deste ano pede a revitalização do local e a transformação do trapiche em uma marina com capacidade para 240 barcos. A atual estrutura é acessível somente para embarcações maiores, o que dificulta a parada no local para pescadores com barcos de fibra.

Presidente da associação, Leandro Mané Ferrari, 41 anos, acredita que a mudança seria interessante para a cidade. Os trapiches mais modernos comportam todos os tipos de embarcação e flutuam de acordo com a altura da maré, além de ser menos agressivo ao meio-ambiente (sem estruturas de concreto). Sobre a ideia apresentada pela Acatmar, a prefeitura informou que por enquanto é necessário recuperar a estrutura, mas não descarta a possibilidade de utilização de novos projetos no futuro.

– Eles construíram um mirante, não um trapiche para as nossas embarcações – disse Ferrari.

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O Projeto Orla e a recuperação dos trapiches

A ocupação e preservação da orla de Florianópolis estarão em pauta pelo Projeto Orla, campanha que irá discutir as políticas públicas no litoral. Todos os trapiches serão reformados de acordo com a necessidade a partir do fim deste ano, segundo a secretaria de obras. A prefeitura terá o apoio de entidades para a elaboração do Plano de Gestão Integrada (PGI), um documento que será apresentado com todas as atitudes para a melhoria da orla da cidade. O trapiche da avenida Beira-Mar Norte inicialmente faria parte do projeto, mas necessitava de medidas mais urgentes.