As doenças respiratórias são o principal motivo para a lotação dos hospitais públicos infantis em Santa Catarina. Nesta sexta-feira (27), 93,88% dos leitos de UTI pediátricos estavam ocupados, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES) – das 98 unidades ativas, apenas seis estavam disponíveis.
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Conforme o Painel de Leitos da SES, cinco das sete regiões de SC estão com 100% de ocupação. São elas Grande Oeste, Meio Oeste e Serra catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis e Sul.
Entre as unidades que não têm vagas nesta sexta-feira está o Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital. Segundo a secretaria, na primeira quinzena de maio, das 4.518 crianças atendidas, 3.453 apresentavam casos respiratórios – o que representa 76,42% do total. Além disso, dos respiratórios, 15,5% foram classificados como graves.
— No caso das crianças, o vírus que tem circulado é o que causa um resfriado. Porém, aquelas que são recém-nascidas e têm algum doença pulmonar devem procurar uma unidade de saúde, principalmente no inverno, para receber o medicamento que aplica anticorpos e as previne contra a bronquiolite, que é a principal causa de internação — explica o superintendente em Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.
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Outra preocupação é com os casos de gripe. Em relação as crianças de zero a nove anos, só em 2022, foram registrados 28 casos e duas mortes por Influenza A (H3N2), doença que pode ser prevenida com a vacina.
Crianças entre seis meses a menores de cinco anos, por exemplo, fazem parte do grupo prioritário da Campanha Nacional da Vacinação contra gripe, ja que apresentam riscos de desenvolver complicações graves e até mesmo óbito. Além disso, de acordo com a SES, a imunização também contribui para reduzir a sobrecarga dos serviços de saúde e reduzir a ocorrência de surtos.
Aqueles que estão sendo vacinandos pela primeira vez contra a influenza devem receber uma segunda dose da vacina, com intervalo de 30 dias após a primeira dose. Já quem recebeu o imunizante em anos anteriores deve receber apenas uma dose.

Casos de Covid diminuem, mas ainda preocupam
Em contrapartida, os casos de Covid-19 têm potencial reduzido de causar quadros graves e mortes, principalmente por conta da vacinação. Porém, ainda é preciso ficar atento, principalmente em relação às doenças que podem ser contraídas após a infecção.
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Uma delas é a Síndrome Inflamatória Multissitêmica Pediátrica (SIM-P). De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), entre junho de 2020 e abril de 2022, 67 crianças foram diagnosticadas com a doença no Estado – desses, dois evoluíram para óbito.
A faixa etária com o maior número de casos está entre um e 10 anos de idade – que concentram 49 casos em dois anos. No momento, de acordo com a SES, não há pacientes com SIM-P interrnados nos hospitais catarinenses.
Já em relação à Covid-19, são seis crianças: quatro em leitos de UTI pediátricos e dois em leitos neonatal. Desde o início da pandemia, 1.257 crianças de zero a nove anos foram internadas com a doença, sendo que 48 morreram.
Em 2022, já foram 436 internações e 10 óbitos até 15 de maio – mais do que o dobro do registrado em 2020, quando foram 249 internações e nove mortes.
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“Após contrair a Covid-19, as crianças podem experimentar uma ampla gama de problemas de saúde novos, recorrentes e contínuos em até quatro semanas após a infecção inicial, como fadiga, tosse, dores musculares e articulares, dor de cabeça, dificuldade para adormecer e problemas de concentração. Esses problemas podem afetar a qualidade de vida das crianças durante um longo período” disse a SES, em nota.
> SC amplia público-alvo para vacinação contra gripe e sarampo
Cobertura vacinal preocupa saúde
Ainda de acordo com nota publicada pela SES, uma das preocupações em relação à superlotação dos hospitais é a baixa cobertura vacinal. Apenas 20,3% das crianças de seis meses e menos de cinco anos foram vacinadas até o momento contra a influenza.
Já da Covid-19, a cobertura do esquema completo de vacinação (primeira e segunda dose) é de 22,9% nesta sexta-feira (27), segundo o Monitor da Vacina do NSC Total. Ao todo, 147.643 doses foram aplicadas.
Por conta disso, o superintendente em Vigilância em Saúde reforça a importância dos cuidados, principalmente nessa época do ano:
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— Santa Catarina sempre teve esse período, da temporada de frio, que favorece a transmissão de doenças respiratórias. Por isso, são várias as camadas de proteção. Use álcool em gel, procure ter ambientes arejados e uma alimentação regular, para melhorar a resposta imune, além de tomar as vacinas. Isso acaba te protegendo de várias formas.
Confira outras medidas para evitar a transmissão de doenças respiratórias:
- Evite espaços mal ventilados e aglomerações
- Mantenha distanciamento físico
- Lave as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel 70%
- Pratique a etiqueta da tosse cobrindo o rosto com o antebraço ao tossir ou espirrar
- Evite frequentar ambientes coletivos em especial salas de aula se estiver com sintomas respiratórios
- Use máscara de forma adequada cobrindo o nariz e a boca sempre que estiver num ambiente público
- Lembre-se: se estiver com sintomas gripais como febre, tosse, coriza, congestão nasal, dor de garganta entre outros, procure um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento
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