Em que pese a demonstração de nossa gigantesca irresponsabilidade governamental, com a devida importação de médicos cubanos e de outras nacionalidades, sentimos um misto de incompetência com oportunismo político, típico de governantes sob pressão popular.
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Durante uma década de pós-neoliberalismo, comemorado em seminário dos lulo-petistas com o honorável (ex)presidente, louvando sua exponencial trajetória como governante, construindo candidaturas e destronando adversários, o principal legado é a decretação de que o gigante latino se submete ao vexame mundial de não produzir quadros técnicos para atender as necessidades vitais da sociedade brasileira – médicos, engenheiros, professores (em todos os níveis), etc.
O que chama atenção de nossa combalida burguesia nacional-associada-dependente é que potencializou à condição de dirigentes, governantes-medíocres – resultado de décadas de solapamento de consciências e massa critica e criativa, ou seja, uma gama de oportunistas que não se cansam de legar nosso futuro ao funeral da esperança.
No berçário da nação estarrecida com tamanhas sandices e invencionices gestadas nos laboratórios do marketing político, nossas prateiras acolhem macunaímas pragmáticos, não estadistas. Na ausência de estadistas, nos contentamos com caudilhos e populistas.
Muitas vezes o misto político produz governantes messiânicos (patriarcas ou matriarcas), que fazem um governo pior que o outro. E assim, sem projeto de nação, planejamento governamental e planos setoriais, temos como resultado uma série de ações aluviais que produzem problemas adicionais – uma crise de burocratas-corporativos e operadores da saúde caótica, neste país dependente de soluções milagrosas.
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Nem médicos nacionais ou estrangeiros, o que nos resta fazer é orar para Nhá Chica (mestiça escrava e mãe dos pobres), salvando-nos da epidemia generalizada, a cegueira politica de nossos governantes.