A doença mão-pé-boca é uma infecção causada por vírus, bastante comum entre crianças, principalmente na faixa etária até cinco anos. O registro de casos aumenta no verão e na primavera, e especialistas alertam que a doença é muito contagiosa, apesar de não ser grave. Os pais podem ajudar a prevenir a transmissão e precisam estar atentos para os sintomas nos pequenos.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
A dermatologista pediatra Marice Mello explica que o nome “mão-pé-boca” é em referência aos principais sintomas que os pacientes desenvolvem por conta da contaminação. As erupções na pele da criança vão aparecendo aos poucos e são o principal aspecto considerado para confirmar o diagnóstico.
— Tem esse nome porque geralmente começa com uma febre baixa, depois evolui para lesões orais, que podem ser dentro da boca ou ao redor. Em seguida, vem as lesões nas palmas das mão e nas plantas dos pés — relata Mello.
Em Santa Catarina, a cidade de Urussanga está em alerta para o crescimento de diagnósticos da doença. Nas últimas três semanas, foram mais de 30 casos em quatro escolas e as crianças doentes foram afastadas, segundo a prefeitura. No entanto, ainda não há um decreto de surto no município.
Continua depois da publicidade
Governo de SC anuncia “comitê de crise” e libera R$ 10 milhões para combate à dengue
Conforme a pediatra, é importante que as crianças contaminadas não frequentem a creche ou colégio por conta do grande potencial transmissor dos vírus que provocam a doença mão-pé-boca. A transmissão acontece principalmente nos primeiros sete dias de infecção, mas pode ocorrer enquanto a criança apresentar lesões.
— O grande problema é que vai uma criança doente para a aula e a sala toda pega — afirma a médica.
Ocorrência da doença
O quadro viral é causado por mais de um tipo de vírus, mas o principal é chamado de Coxsackie. Ele atinge crianças no geral, principalmente de até cinco anos.
A doença é sazonal e ocorre principalmente nos períodos mais quentes, como verão e primavera. Porém, Mello observa que o comportamento do agente transmissor pode variar e ser mais agressivo, como neste verão.
Anvisa libera uso de mais de 930 pomadas para modelar cabelo
— Ele é um vírus recorrente, todo ano nessa época do ano ele reaparece. Em alguns anos ele é mais brando, em outros é mais extenso, como estamos vendo neste ano. É mais extenso porque as lesões aparecem também em outras áreas do corpo, como braços, pernas e regiões da fralda da criança.
Continua depois da publicidade
Segundo a dermatologista pediatra, é muito raro que a doença seja manifestada por adultos. Ela explica é a contaminação é rara por conta da imunidade que os adultos possuem, e as crianças não. Caso a transmissão para uma pessoa mais velha aconteça, ainda há chance do adulto ser portador do vírus e um caso assintomático.
Transmissão do vírus “mão-pé-boca” e como evitar
A contaminação com o vírus da doença mão-pé-boca pode acontecer de três formas: por uma ferida, contato com fezes ou secreção de alguém contaminado, como saliva e espirro. Por isso, Mello afirma que é tão fácil a transmissão até os cinco anos, já que nessa idade as crianças colocam as coisas na boca e trocam fraldas na escola ou creche.
Médica grava momento em que cai dentro de buraco ao atravessar passarela em Itajaí
A transmissão pode acontecer enquanto o paciente tiver lesões na pele, mas acontece mais intensamente nos primeiros sete dias dos sintomas. A infecção dura geralmente até 10 dias.
As orientações de como evitar o contágio são voltadas para higiene das mãos e dos objetos usados pela criança. Então, a lavagem frequente e correta das mãos, especialmente após a troca de fraldas e do uso de banheiros é a primeira recomendação. A limpeza de superfícies e brinquedos utilizados pela criança, de preferência e, quando possível, com água e sabão é outra indicação.
Continua depois da publicidade
Sintomas da doença
A dermatologista pediatra afirma que a doença mão-pé-boca possui sintomas clássicos, mas que outros podem ser somados quando o vírus está mais agressivo. Veja a lista dos indicadores da doença. abaixo.
- Febre
- Lesões na boca, dentro ou ao redor
- Lesões e erupções nas palmas das mãos e nas palmas dos pés
- Diarreia
- Lesões e erupções nos braços, pernas e nas áreas de fralda
O diagnóstico é clínico e acontece de maneira simples e fácil, segundo as especialistas, a partir da observação da presença das marcas na pele.
Tratamento dos sintomas
Não há um tratamento específico para o quadro de infecção, apenas para os sintomas apresentados pelos pacientes. Os medicamentos que podem ser receitados são apenas para casos em que a criança tem dor, febre ou coceira na região das feridas.
Continua depois da publicidade
A hidratação é outro aspecto importante para a melhora do paciente. De acordo com Mello, o principal perigo da doença é a desidratação, por isso é preciso garantir a ingestão de água pela criança.
A alimentação deve ser líquida ou pastosa e preferencialmente fria, já os machucados na boca são como aftas e comer alimentos que possam piorar as lesões pode impedir a cicatrização. É comum que a criança tenha perda de apetite, mas é necessário garantir que ela se alimente e beba água.
Leia também
Justiça reduz carga horária e mantém salário de professora com filha autista em Joinville
Denise Fraga é destaque da Maratona Cultural: veja a programação do primeiro dia