Documentos e computadores foram apreendidos na tarde desta quinta-feira na Câmara de Vereadores de Curitibanos, na Serra catarinense. Os trabalhos foram pedidos pelo Ministério Público Estadual e determinados pela Justiça na tentativa de esclarecer o misterioso esvaziamento das contas bancárias do Legislativo curitibanense. Continua depois da publicidade
O mandado de busca e apreensão foi cumprido por oficiais de Justiça com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Lages. Segundo a promotora da Moralidade Administrativa de Curitibanos, Tatiana Rodrigues Borges Agostini, o procedimento foi feito para auxiliar o Ministério Público nas investigações que objetivam apurar o valor supostamente desviado das contas da Câmara e os responsáveis pela fraude.
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Ninguém sabe a quantia desaparecida, e a promotora prefere nem supor um número. É fato que o orçamento do Legislativo em 2011 foi de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Segundo o ex-presidente Valdeci Garcia (PMDB), no fim do ano a contadora Ana Maria Carvalho teria solicitado um pedido de suplementação de R$ 65 mil e mais R$ 22 mil de remanejamento orçamentário junto à prefeitura. O motivo da falta de orçamento para fechar o ano, segundo Valdeci, foi explicado por Ana como um engano que ela teve no pagamento do 13º salário dos vereadores.
Todo o material apreendido nesta quinta será analisado e perícias devem ser feitas. A promotora Tatiana lembra que o Ministério Público tem prazo de um ano para fazer as investigações, mas o esforço é para concluí-las bem antes, já que a população está ansiosa em saber o que aconteceu.
Uma auditoria contratada via licitação pela Câmara também trabalha no caso e deverá informar suas conclusões à promotoria. A morte da contadora Ana Maria Carvalho por tiro de arma de fogo no dia 23 de dezembro do ano passado, exatamente quando a polêmica veio à tona, também é investigada paralelamente pela Polícia Civil. Continua depois da publicidade
Ana Maria era a única pessoa que tinha acesso à senha da conta bancária da Câmara e era quem emitia cheques, fazia compras, pagamentos e movimentos de dinheiro do Legislativo. A hipótese mais provável é a de suicídio, e a polícia investiga uma possível ligação da morte com o caso.
O esvaziamento da conta da Câmara de Curitibanos foi descoberta no dia 23 de dezembro, quando dois vereadores foram receber os seus salários no banco e os cheques do Legislativo retornaram por falta de saldo.