Reportagens publicadas pelas edições deste fim de semana das revistas Veja e Época trazem detalhes sobre as investigações da Polícia Federal (PF) envolvendo suposto esquema de corrupção na Petrobras, que resultou na prisão do ex-diretor de Abastecimento da estatal petrolífera Paulo Roberto Costa.

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Contas em paraísos fiscais e empreiteiras são citadas, entre outras informações que constariam de documentos incluídos no processo.

A Época apresentou dados sobre depósitos e retiradas de contas, além do contexto de operações financeiras, registrados em relatórios que teriam sido apreendidos pela Polícia Federal com Paulo Roberto. Segundo os documentos, o ex-diretor da estatal e o doleiro Alberto Youssef comandariam quatro contas secretas em conjunto. Os relatórios não são exatos, diz a revista, sobre o valor acumulado nessas contas.

Somando apenas o saldo de algumas delas com os depósitos pagos naquele momento pelas empresas com negócios com a Petrobras, chega-se ao total de US$ 3,7 milhões, sendo o maior saldo de US$ 2,42 milhões, no banco RBC, nas Ilhas Cayman. As outras três contas seriam uma no banco UBS em Luxemburgo, outra no banco Lombard Odier na Suíça e uma terceira no banco Itaú, sem informação sobre o país.

A reportagem da revista Veja reúne histórias relacionadas ao processo de deterioração das condições da Petrobras desde 2002, início da gestão do PT no governo do Brasil. Segundo a revista, se não tivesse se transformado em ferramenta para corrigir erros de política econômica e em foco de corrupção, a estatal teria cumprido seu plano de investimentos, responsável por 1% do PIB brasileiro.

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Além de analisar a relação entre o deputado federal André Vargas e o doleiro Alberto Youssef, Veja detalha o que chamou de “clube dos corruptos”. Para prestarem serviços ou venderem produtos à estatal, empresas precisariam se associar a um “clube”, pagar uma taxa que variava de R$ 300 mil a R$ 500 mil e se comprometer a repassar uma parte do valor dos contratos para um caixa que seria dividido entre intermediários do negócio, diretores da estatal e políticos, de acordo com a reportagem.

A revista traz ainda informações de uma análise feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). O relatório dá margem a duas conclusões: 1) o acordo com os belgas teve características atípicas, que fogem à racionalidade e colidem com as boas práticas do mercado; 2) ele foi costurado de forma a não deixar possibilidade de a sociedade com os belgas prosperar.

“O prejuízo, para a parte brasileira, era inevitável”, diz o texto.