O Ministério Público de Santa Catarina denunciou a doceira Margareth Aparecida Marcondes, 46 anos de idade, por tentativa de homicídio triplamente qualificado. Margareth tentou matar o marido com um rolo de macarrão. Ele foi encontrado no dia 22 de março desacordado sobre a cama com lesões na cabeça, braços e um corte na língua.

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A doceira confessou a agressão e disse que tentou matar o marido para que ele não descobrisse que ela havia envenenado quatro adolescentes de Curitiba. Agora, Margareth tem 10 dias para apresentar a defesa.

De acordo com o promotor de justiça Marcelo Mengarda, as qualificações do crime são: meio cruel de agressão, pois foram desferidos vários golpes na cabeça da vítima que não ofereceu resistência; por tornar impossível qualquer reação da vítima, que foi atingida pelas costas; e com o fim de assegurar a ocultação de outro crime.

O marido Nercival Cenedezi, de 49 anos de idade, recebeu alta do hospital no dia 5 de abril. Ele ficou 15 dias no hospital e, agora, vive com parentes em Curitiba. Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Campos, o marido de Margareth ficou com sequelas da agressão.

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A vítima pouco contribuiu em seu depoimento, porque as lembranças que ele tem não são claras. Nercival se recorda apenas de quando deixou a empresa para almoçar em casa com a mulher e depois só quando saiu do hospital. Ele foi encontrado desacordado sobre a cama do casal, na casa em que moravam, no bairro Santa Catarina, em Joinville, dois dias depois da agressão. O chão da casa estava coberto de manchas de sangue.

O laudo do exame de corpo de delito do Instituto-geral de Perícia (IGP) identificou traumatismo craniano, fratura de face e hemorragia intracraniana. A Polícia Civil entrou com pedido de exame de insanidade mental da acusada que foi postergado pela juíza.

Margareth está presa desde o dia 31 de março, em Curitiba. Ela foi encontrada em Barra Velha. ?

Doces envenenados

Margareth tentou matar o marido para que ele não soubesse que ela havia envenenado quatro adolescentes em Curitiba. A doceira é suspeita de enviar bombons envenenados no dia 12 de março à jovem Thalyta Temiski, 15 anos, que mora em Curitiba. Como a menina dividiu os doces com três amigos, a doceira foi responsabilizada pelo envenenamento deles também. A irmã da jovem estava junto com os adolescentes, mas não comeu os doces. Neste caso, o MP entendeu que ela seria mais uma vítima, caso tivesse provado os brigadeiros. ??

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Processo suspenso no Paraná ?

O processo que investiga o caso dos doces envenenados em Curitiba está suspenso. O pedido de exame de insanidade mental feito pelo advogado da doceira, indiciada por cinco tentativas de homicídio em Curitiba, foi aceito pelo juiz responsável pelo caso. ? Segundo o advogado Haroldo Euclydes de Souza Filho, o laudo do exame definirá se Margareth pode ou não ser responsabilizada pelos atos que cometeu. A defesa vai trabalhar para que a suspeita responda em liberdade.

– Se os médicos chegarem à conclusão de que ela não oferece perigo, ela poderá passar para o tratamento ambulatorial -, argumentou o advogado, que também assumirá a defesa da ré no processo de Joinville. ?

O Ministério Público do Paraná denunciou a doceira por tentativa de homicídio duplamente qualificado contra cinco adolescentes. A denúncia foi entregue à Justiça no dia 16 de abril. No início de maio, o advogado de defesa entrou com o pedido do exame.

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Na próxima semana, ela será transferida para o Complexo Médico-penal do Paraná. Se condenada pelas cinco tentativas de homicídio qualificado em Curitiba e mais a tentativa de homicídio triplamente qualificado em Joinville, Margareth pode pegar mais de 30 anos de prisão.