A joinvilense que ficou conhecida como a “doceira dos bombons envenenados” deverá ir a júri popular em Curitiba sob a acusação de quatro tentativas de homicídio. Por decisão da Justiça paranaense, Margareth Aparecida Marcondes, de 47 anos, será julgada pelo envenenamento de quatro adolescentes na capital do Paraná. O dia do julgamento ainda será definido.
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O caso aconteceu em março de 2012. Segundo a investigação, Margareth havia sido contratada para organizar a festa de 15 anos de uma jovem em Curitiba. Ela recebeu R$ 8 mil antecipadamente para o trabalho, mas acabou gastando o dinheiro sem providenciar os arranjos do evento.
Foi quando, conforme a denúncia do Ministério Público, decidiu colocar veneno de rato numa amostra de doces enviada à adolescente. Em depoimento à polícia, Margareth declarou que tinha a intenção de deixar a jovem doente para adiar a festa e ganhar tempo para recuperar o dinheiro.
Além da aniversariante, outros três jovens experimentaram os bombons e passaram mal. Todos ficaram dias internados, mas passam bem. Para a Justiça, as circunstâncias do envenenamento caracterizam tentativas de homicídio.
Quando a suspeita veio à tona, Margareth fugiu de Joinville. Ela seria encontrada só 11 dias depois, em Barra Velha. Antes de deixar a cidade, conforme a denúncia, quase matou o ex-companheiro com golpes de rolo de macarrão. A suspeita é de que ela não queria que ele descobrisse sobre os envenenamentos.
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À Justiça paranaense, Margareth mudou a versão contada na delegacia. Em depoimento, alegou que não colocou veneno nos doces e disse que não tinha veneno de rato em casa, mas confessou a agressão ao ex-marido. Na avaliação da juíza Mychelle Cintra, há evidências para que o caso seja decidido em júri popular.
Ao decidir pelo julgamento, a juíza ainda menciona o estado mental da acusada.
-Esta magistrada observou que não se trata de pessoa psicologicamente estável, apenas considerando sua postura durante o interrogatório, a qual necessita, evidentemente, de tratamentos psiquiátricos-, escreveu.
A permanência da doceira na prisão, no entendimento da juíza, poderia agravar seu estado. Assim, ela determinou que, em vez de ficar na Penitenciária Feminina de Piraquara (PR), Margareth receba tratamento ambulatorial no Complexo Médico Penal, no Paraná.
A instituição deverá comunicar à Justiça sobre a evolução da ré a cada dois meses. O estado mental da doceira também é peça-chave na ação criminal ajuizada contra ela em Joinville, onde responde pela tentativa de homicídio contra o ex-marido.
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Por decisão da 1ª Vara Criminal, ela deverá ser submetida a um exame de sanidade mental em Florianópolis ainda esta semana. Até que se saiba o resultado da avaliação, o processo em Joinville segue suspenso.