De todas as doações para que vidas não sejam perdidas, a de sangue é a mais importante pela quantidade de pessoas envolvidas. Em transplantes de fígado, por exemplo, para que um novo órgão entre em funcionamento, é necessário que 100 pessoas tenham se disposto a doar sangue.

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Santa Catarina conta com 403 mil doadores sanguíneos cadastrados no Hemocentro de Santa Catarina (Hemosc), sendo que 49% deles vão ao local pelo menos duas vezes por ano. Pela grande necessidade e pouca oferta, mais importante do que aqueles que se cadastram para apenas uma única doação, são aqueles que mantêm a continuidade do ato de forma espontânea.

Para chegar ao número ideal, o Hemosc ainda precisa de mais 20% de doadores frequentes. A preocupação é com a proximidade do fim do ano, período em que diminuem as doações diárias nos hemocentros do Estado.

Dados apontam que até a última quinta-feira, neste ano, foram registradas 110.365 mil doações, mas para chegar na meta ideal faltam ainda cerca de 20 mil bolsas de sangue. O fôlego vem agora quando campanhas em todo o país lembram, neste 25 de novembro, o Dia Nacional do Doador de Sangue.

A expectativa é de que as coletas aumentem para uma média de 500 por dia em SC. Na última semana a média foi de 450. Respondendo por 97% das transfusões no Estado, o Hemosc luta para manter um estoque ideal durante todo o ano.

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A coordenadora de captação do hemocentro, Roseli Sandrim, explica que as doações sofrem períodos de altos e baixos em todas as regiões. Nos meses de novembro e dezembro, por conta das campanhas, a captação atinge um pico, mas em janeiro, fevereiro, julho, agosto e setembro, faltam doadores.

– Geralmente no período de férias, em dias de chuva ou de muito calor, não temos doadores. Por isso precisamos de pessoas que tenham o hábito de doar com frequência – ressalta Roseli.

Florianópolis está atualmente no topo das cidades que mais contribuem com as doações de sangue ao Hemosc, em segundo lugar está Blumenau, seguido de Joinville, que tem aumentado de forma significativa o número de doadores.

De acordo com Roseli, os hospitais que demandam a maior quantidade de sangue no Estado são o Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, e o Celso Ramos, em Florianópolis. As maiores urgências são para os tipos sanguíneos O-, O+ e A+, além dos demais.

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– Eles realizam uma grande quantidade de cirurgias de alta complexidade, tratamento de câncer, transplantes de medula e atendimento a leucêmicos – explica a coordenadora.

Saiba mais sobre a doação de sangue:

O que é?

É a retirada de aproximadamente 450 ml de sangue, por meio de inserção de uma agulha em um dos braços. A coleta é feita por profissionais capacitados e sob supervisão de um médico ou enfermeiro. Todo o processo leva em torno de 55 minutos. O sangue doado não ultrapassa 10% do volume em circulação no corpo.

Por que doar?

Todos os dias acontecem centenas de acidentes, cirurgias e queimaduras violentas que exigem transfusão. Os portadores de hemofilia, leucemia e anemias também precisam de transfusão. Doar sangue é simples, tranquilo e seguro que não provoca risco à saúde.

Tipos de doação:

Doação Espontânea: feita de modo altruísta, como uma atitude

Solidária com um único interesse: ajudar o próximo

Doação vinculada: feita a algum paciente

Doação autóloga: doar para si mesmo

O que é necessário para doar?

Ter idade entre 18 e 69 anos, 11 meses e 29 dias; doadores entre 16 e 17 anos são aceitos mediante a presença e autorização formal dos pais e/ou responsável legal; limite de idade para primeira doação é de 60 anos; candidato à doação deve estar em boas condições de saúde, sem feridas ou machucados no corpo; pesar acima de 50 kg (com desconto de vestimentas); apresentar documento de identidade com foto emitido por órgão oficial; evitar o jejum e fazer refeições leves nas 4 horas que antecedem a doação; evitar uso de bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas; evitar vir acompanhado com crianças ou sem acompanhantes.

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Após a doação?

Não fumar por no mínimo duas horas; nas 12 horas após a doação, não praticar exercícios físicos e atividades perigosas; permanecer no serviço hemoterápico após a doação por 15 minutos. Intervalo entre as doações: Mulheres: 90 dias ou 3 doações nos últimos 12 meses Homens: 60 dias ou 4 doações nos últimos 12 meses

Não pode doar:

Quem tem ou teve as seguintes doenças: hepatite após os 11 anos de idade; hanseníase; hipertireoidismo e tireoidite de Hashimoto; doença autoimune; doença de Chagas; AIDS; problemas cardíacos (necessita avaliação e declaração do seu cardiologista); diabetes e câncer. Fez ou faz uso de algumas drogas ilícitas nos últimos 12 meses; mantém relações sexuais de risco; gestantes ou mulheres que amamentam bebês com menos de 12 meses.

Antes de doar:

Antes da doação você passará por um processo de pré-triagem e uma entrevista individual. Se estiver com algum problema de saúde ou apresentando sintomas como perda de peso, manchas na pele, caroços pelo corpo (ínguas), feridas na boca, não doe sangue e procure um médico.

Onde doar:

As doações podem ser feitas nas sedes do Hemosc, em SC, nas cidades de Florianópolis, Tubarão, Criciúma, Lages, Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville, Joaçaba, Canoinhas e Chapecó. Confira os endereços e horários no site www.hemosc.org.br.

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