Do primeiro caso confirmado de coronavírus em Santa Catarina, há seis meses, aos quase 200 mil pacientes notificados até este sábado (12), mais de 2,5 mil pessoas perderam a vida no estado por consequência da doença. 

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Nesse tempo, os catarinense não só precisaram se habituar aos novos comportamentos, como o uso obrigatório de máscara, o distanciamento social e a higienização frequente das mãos como, também, enfrentaram o momento mais crítico do estado, quando o vírus chegou a causar, em média, 1 morte a cada 26 minutos.

Durante esse tempo, Santa Catarina precisou aumentar o número de leitos de UTI pelo Sistema Único de Saúde, um decreto de emergência fechou serviços considerados não essenciais, o isolamento social bateu recorde máximo e foi exemplo nacional, mas despencou drasticamente em seguida e, ainda, se conheceu o perfil das vítimas mais afetadas pela pandemia.

Estado quase dobrou total de leitos de UTis públicas

No começo da pandemia, Santa Catarina contava com cerca de 800 leitos de UTis a serviço do Sistema Único de Saúde. Para se ter ideia, o número era tão baixo que se não fosse ampliado gradativamente ao longo da pandemia teria registrado uma ocupação de 45% além da capacidade inicial quando atingiu 1.164 pacientes internados em 5 de agosto, o maior número num único dia em toda a pandemia.

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Nessa altura, o Estado já contava com 1.387 leitos a serviço do SUS em hospitais públicos e filantrópicos, dos quais 83,9% ficaram ocupados. Nesta sexta-feira, o número era de 1.546, sendo 1.254 destinados a pacientes adultos. A ocupação geral era de 67,9%.

Em um único dia, uma morte a cada 26 minutos

O dia mais crítico da pandemia em Santa Catarina foi 1º de agosto. Em 24 horas ocorreram 54 óbitos, o equivalente a uma morte a cada 26 minutos.

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Aquele domingo encerrou a semana mais trágica vivida no Estado desde março. Em sete dias, foram 305 vidas perdidas, média diária de 43. Nas semanas seguintes, o total de óbitos começou a cair gradativamente. Nesta semana, de domingo até sexta-feira ocorreram pelo menos 83 mortes. Mas apesar da redução lenta, ainda é um patamar alto, superior à média semanal registrada até o início de julho.

Isolamento social nunca pegou em SC

Com exceção do período mais rigoroso de isolamento social, sustentado pelos decretos publicados pelo governo do Estado a partir de 17 de março, Santa Catarina teve dificuldades em manter os cidadãos em casa a partir da última semana de abril.

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Embora os especialistas em saúde pública recomendem manter uma taxa de isolamento superior a 50%, foram raros os dias úteis em que o Estado conseguiu manter esse índice acima de 40% (veja na linha cinza no gráfico abaixo). As exceções foram os domingos, feriados e, sobretudo, dias de folga chuvosos ou frios.

Conforme a data de aparecimento dos sintomas (as colunas em verde no gráfico acima), que permite se aproximar mais da data real de contágio dos pacientes, o período de mais forte de contaminação no Estado ocorreu entre 10 e 27 de julho. Apenas em 20 de julho, 5.164 pessoas relataram ter sentido os primeiros sinais de covid-19. A partir da segunda quinzena de agosto o índice caiu abaixo de 1,8 mil novos pacientes por dia, mas ainda é superior ao registrado até o início de junho, por exemplo.

Perfil do doente em SC se consolidou

Em seis meses, as estatísticas oficiais permitiram desenhar o perfil dos pacientes mais atingidos pelo vírus e os mais vulneráveis à covid-19. Pessoas economicamente ativas são as mais infectadas. Mas a faixa etária entre 30 e 39 anos concentra 25% de todos os pacientes do Estado.

No começo da pandemia, essa já era a faixa de idade mais afetada, mas as mulheres eram maioria. Agora, apesar de elas estarem à frente, a diferença entre os gêneros é bem baixa: 51,2% são mulheres e 48,7% são homens.

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As mortes, no entanto, atingem bem mais os homens, que representam 61% dos óbitos. Veja abaixo, no mesmo gráfico de pirâmide por faixa etária, como o eixo fica deslocado para o lado masculino.

A importância de proteger os mais idosos do contato com as pessoas durante a pandemia se reforça com o índice de letalidade por faixa etária, ou seja, o percentual de pessoas infectadas que morrem por covid-19.

Enquanto até os 59 anos essa taxa fica abaixo da média de Santa Catarina, de 1,28%, sobe para 4% na faixa entre 60 e 69 anos e 11% entre 70 e 79 anos. Já a média para pessoas acima dos 80 é de uma morte para cada quatro ou cinco infectados.

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