A vida de Aloísio dos Santos Gonçalves mudou muito nos últimos anos. E não foi apenas no fuso horário entre o Brasil e a China. O catarinense encontrou no país asiático uma nova cultura, comidas e temperos diferentes para o paladar, um idioma difícil de aprender e precisou também lidar com a saudade da família que ficou em Araranguá, no Sul do Estado, e dos amigos espalhados por Porto Alegre, Chapecó, Florianópolis e São Paulo, as cidades onde morou quando jogava no Brasil.
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Em poucos meses, porém, Aloísio promete deixar tudo no passado. O atacante do Guangzhou Evergrande vai retornar ao Brasil assim que o contrato terminar – em dezembro de 2022 – e quer continuar comemorando os gols com a marca registrada: as voadoras. Ele diz que o destino ainda é incerto, mas um dos desejos é vestir o preto, branco e amarelo do Criciúma. Seria o terceiro clube do atleta no Estado, que deixou a Chapecoense para jogar no Figueirense em 2011 – ele também defendeu Grêmio e São Paulo no Brasil.

A proximidade da cidade com Araranguá é um dos motivos para o atleta querer jogar no Estádio Heriberto Hülse, além do carinho que familiares e amigos têm pelo time carvoeiro.
– Não vou renovar mais. Isso é certo. Se eu estiver bem, correndo como estou hoje, vou querer mais um tempo no Brasil. Se não estiver, vou ter que encerrar minha carreira, pois não quero atrapalhar ninguém. Tenho carinho pelo São Paulo, pela Chape e pelo Criciúma. Se eu pudesse decidir e tivesse mais aquele 10% de bateria, acho que usaria no Criciúma – diz o atacante.
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Aloísio escreveu um capítulo importante na carreira há quase um ano, no dia 29 de abril de 2020, ao ser convocado para seleção chinesa. Após se naturalizar, foi chamado para um período de treinos e se tornou o terceiro estrangeiro da equipe. Ele adotou a alcunha de Luo Guofu e deixou o apelido de “Boi Bandido” de lado por um tempo.
– Quando cheguei aqui, eles me chamavam de “Boi Selvagem”, porque aqui não existe “Boi Bandido”, isso só existe no Brasil, não tem tradução de “Bandido”. E na hora de escolher um nome, escolhi Luo Guofu, que pode significar aquele que enriquece o país – conta o jogador.

Além do futebol e agora da seleção da China, Aloísio tem outra paixão no país: a Muralha da China. Antes da pandemia, eram frequentes os passeios do catarinense em um dos monumentos mais famosos do mundo e que tem 21.196 quilômetros.
– Quando vim para cá, não gostava muito de viajar, mas comecei a curtir alguns lugares. O que eu preciso visitar? Na hora, quando me perguntam, falo que tem que ir na Muralha da China, não tem como vir na China e não ir na Muralha da China. Já fui umas dez vezes, é um lugar surreal, de uma energia fora do comum. Quem vier tem que ir na Muralha da China, é de uma energia surreal – diz o catarinense.
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*Texto de Carlos Rauen e Daniela Walzburiech
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