O reajuste da Petrobras nos preços dos combustíveis já é sentido pelos consumidores catarinenses nas bombas dos postos de gasolina. Além do aumento dos custos para abastecer o carro, a alta no valor dos produtos afeta diversos setores da economia, como alimentação e embalagens.
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Conforme Hercílio Fernandes Neto, especialista responsável por calcular o Índice de Custo de Vida (ICV), da Udesc/Esag, em Florianópolis, o item composto por gasolina, diesel, gás de cozinha e álcool representa 9% dos gastos dos moradores na Capital. Ou seja, diretamente já tem um acréscimo nas contas dos consumidores.
Além disso, a estrutura produtiva brasileira é muito dependente do transporte rodoviário, o que tem impacto direto nos preços de produção, como explica Marcelo de Albuquerque, economista do Observatório da Fiesc.
— O setor de transportes é o que integra toda a produção, entre as empresas o consumidor final que recebe os produtos ou serviços. Esse aumento acaba tendo um impacto e traz perspectivas preocupantes para o ano — explica o economista.
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Além da gasolina e do gás de cozinha
Não são somente a gasolina e gás de cozinha que influenciam na inflação dos produtos. Derivados do petróleo são usados nas embalagens de alimentos, por exemplo, item que representa 20,7% da inflação calculada pela Udesc/Esag. Todo o setor é afetado pelo aumento de preço do barril do petróleo no mercado internacional — que estava 70 dólares no final do ano passado e chegou a 130 dólares neste ano.
— Existem muitos itens na cadeia de produção que são afetados, que a matéria prima é o petróleo. E o petróleo está aumentando. A gente acompanha combustíveis e gás de cozinha, mas tem todos os derivados de petróleo que também influenciam. Pense em todos as embalagens de produtos que você usa e são feitas de plástico. Tudo isso é afetado — declara o especialista.
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Diferente da alta da gasolina que já é repassada nas bombas no dia seguinte do reajuste, os outros aumentos não são sentidos imediatamente. No entanto, ainda assim, são efeitos de curto prazo.
— As empresas trabalham com estoques, que geralmente não são menores do que 15 dias. Esse aumento você não vai ver amanhã, mas vai ver logo. As próximas produções que vêm com preço alterado desses insumos, já virão com preço final mais caro — explica.
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