Se o time supercampeão se foi, pelo menos os catarinenses apaixonados por vôlei ainda podem matar a saudade dos ídolos. No jogo que define a Superliga masculina neste domingo, jogadores que se acostumaram aos aplausos calorosos do Capoeirão estarão em quadra defendendo os cariocas do RJX. Dá para dizer, seguramente, que pelo menos cinco dos jogadores que encaram o atual campeão, o Cruzeiro, no Maracanãzinho, foram projetados no cenário nacional após a passagem por Santa Catarina. O catarinense Thiago Sens puxa a fila, obviamente. O blumenauense, forjado na importante escola de vôlei do Barão, ainda jogou na Unisul antes de ganhar o país. Ponteiro versátil, bom passador, é o curinga do técnico Marcelo Fronckowiak.

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É o único catarina legítimo da lista, mas os outros defenderam tanto as cores do Estado que parecem nativos. O levantador Bruninho puxa a fila. Um belo dia o técnico Bernardinho sondou Renan Dal Zotto: “Posso mandar meu filho aí pra aprender com vocês?”. Claro que podia. Filho de peixe, peixinho é. Ou tubarão. Bruno é assim, conquistador, senhor dos mares que habita. Ele se impõe pela dedicação, pela raça, pelo senso de compromisso e pelo gosto pelas vitórias.

No mesmo Maracanãzinho tive o privilégio de ver Bruno comandar, em títulos históricos, outros três jogadores que a extinta Cimed formou para a Seleção Brasileira: o ponta Thiago Alves, o central Lucão e o líbero Mário Júnior. Todos foram para o RJX já consagrados, assim como outros atletas que passaram por aqui, como o oposto Théo (ex-Cimed) e o central Riad (ex-Unisul). Foi na Unisul também que eu vi pela primeira vez um garoto, então juvenil, alto e muito forte, de nome incomum: Ualas. Mais um talento lapidado no celeiro catarinense, lá no início do projeto, cerca de uma década atrás. Hoje não temos um time disputando título, mas o Estado certamente tem com quem se identificar nesta final.

O fato é que será um jogaço, de prognóstico impossível. O time mineiro é comandado por dois brasileiros, o ardiloso levantador William e o oposto Wallace, virador de bola por excelência. Ainda tem o ponta Filipe, “jogueiro” como poucos, e o reforço da legião estrangeira: a potência dos cubanos, o ponta Leal (não por acaso o maior atacante e o melhor sacador da Superliga) e o oposto Sanchez (um típico reserva de luxo), e as estratégias do técnico argentino Marcelo Mendez. Olho ligado na RBS TV, às 10h.

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