A tendência de inspiração vintage e artesanal que tem contaminado a moda nos últimos tempos também influencia o que vai por debaixo da roupa. Lingeries do tipo hand made conquistam adeptas que buscam peças delicadas entre araras com tantas produções tecnológicas em tecidos sintéticos. Em Florianópolis, duas estilistas conquistam mercado com suas criações dentro desse espírito baú da vovó, que tem como base, principalmente, o algodão. Belas, jovens e empreendedoras, elas representam o retorno de uma geração aos trabalhos manuais que as mães abandonaram.

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:: Estampa revelação

Basta conhecer Beatriz de Oliveira Campos para entender de onde vem a delicadeza das peças da Fruto do Pano. Meiga, minuciosa, fã de trabalhos manuais, costuras e afins, a estilista de 30 anos é a proprietária da grife de apenas sete anos que já conta com 95 pontos de venda em 16 estados, 12 funcionárias fixas e outras tantas costureiras terceirizadas. Os cortes que misturam romantismo com sensualidade são combinados a padronagens, o grande destaque das coleções. Bea é incansável na procura e combinação de estampas. Dedicação de 12 horas por dia. A história começou com a insatisfação da avó de Bea, que não conseguia fazer a filha, mãe da estilista, aprender a costurar. A satisfação viria na neta. Quando reconheceu o talento da menina para a agulha e linha, a avó deu uma máquina de costura. Funcionou.

:: Da renda de bilro ao bordado

Laçarotes, rendas e florais também compõem o mundo de Karol Martins. Dona de um estilo que lembra a delicadeza com que as roupas de baixo eram produzidas nos tempos das nossas avós, a grife da estilista de 26 anos se tornou empresa esse ano.

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Depois do curso de moda no Senac em 2006, surgiu a ideia de abrir o ateliê onde Karol produziria as peças que não encontrava nas lojas.

A estilista sempre gostou de lingerie vintage, aquele que remete a algo antigo, mas nas vitrinas só encontrava peças com apelo sexy.

– Gosto de misturar materiais diferentes que não sejam óbvios em calcinhas e sutiãs, como as rendas artesanais, de bilro, e o bordado inglês, por exemplo – explica ela.

Do sucesso entre as amigas começavam a sair as primeiras calcinhas, que já eram super requisitadas.

Desde então, os pedidos não param de surgir. Hoje, ela já tem ponto de venda até no exterior: uma loja em Miami Entre os planos para 2010, mais espaço e maquinário e a busca por novos clientes, algo que ela não havia precisado fazer até agora.

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